Recorremos ao ano de 1968, em que iniciámos a actividade informática, com um computador de pequeno porte, o IBM 1401, (imagem à esquerda - no Centro BCA) com 2 ou 4K de memória (?!), computador dito da segunda geração e cujo suporte de entrada e saída era o cartão perfurado.
Dois anos após, as necessidades de crescimento levaram à mudança para um IBM 360/25, este já chamado da terceira geração. O termo “360” foi escolhido, pela IBM, para enfatizar a natureza versátil do computador, que cobria um raio de 360º nas aplicações de gestão. De médio porte, com circuitos integrados (imagem à direita) e multi-programação, com periféricos magnéticos e com leitor de fita perfurada. Foi, então, a escolha acertada, como viria a revelar-se no futuro, e para a qual eu me orgulho de ter contribuído.
Integrámos praticamente todas as dependências e agências na Informática central, através da fita de papel perfurada. Aqui, há que relevar a grande colaboração e participação das pessoas que programavam e instalavam as máquinas de lançamentos, ( NCR32 e Burroughs imagem à esquerda), Lembro-me em particular, do José Rodrigues Martins.
Iniciámos uma prática, penso que, pioneira em todo o Portugal - a produção de extractos de conta, mensais e/ou trimestrais, com cálculo e crédito de juros trimestrais.
Desenvolvemos trabalho também na óptica de servir o cliente, nomeadamente com as demonstrações das contas C/Caucionadas e Ab/s/Letras, com apresentação mensal, em papel, do cálculos dos referidos números (positivos e negativos) e juros.
Informatizámos quase tudo o que era passível de informatização, com o equipamento disponível. Depois, apareciam aquelas situações pontuais, que nos davam grande “gozo”, como por exemplo, o processamento informático do nosso Rallye.
À semelhança de Babbage que tinha invenções mas que não tinha máquinas em que as pudesse por em prática (The Babbage Difference Engine- imagem à direita), ousámos meter ombros a uma tarefa ciclópica para o tempo.
Desenvolvemos trabalho também na óptica de servir o cliente, nomeadamente com as demonstrações das contas C/Caucionadas e Ab/s/Letras, com apresentação mensal, em papel, do cálculos dos referidos números (positivos e negativos) e juros.
Informatizámos quase tudo o que era passível de informatização, com o equipamento disponível. Depois, apareciam aquelas situações pontuais, que nos davam grande “gozo”, como por exemplo, o processamento informático do nosso Rallye.
À semelhança de Babbage que tinha invenções mas que não tinha máquinas em que as pudesse por em prática (The Babbage Difference Engine- imagem à direita), ousámos meter ombros a uma tarefa ciclópica para o tempo.
Preconizei a utilização de uma “base de dados”. Tratava-se de produzir, a pedido, a impressão de uma folha de papel, com toda a posição do cliente, tipo carimbo que era aposto nas propostas de desconto de letras: Saldos (D.O. +PA +DP+CCC + CC/CAbS/L + LD+LC) e outras informações complementares e disponíveis para “ajuda” a decisões rápidas da gestão. Só que este sistema demorava cerca de 6 horas a produzir os resultados finais o que era incompatível com o nosso tempo de utilização de computador. Hoje, com os novos computadores, com velocidades de processamento impensáveis, com bases de dados e multi-processamento, e funcionamento on-line, seria “canja”, como se costuma dizer.
Podemos afirmar, que, ao longo do tempo de existência da Informática, tivemos períodos em que ultrapassámos de longe, ao tempo e comparativamente, a “casa mãe”, ou seja o próprio BPA, graças à boa equipa que éramos, coesa, voltada para a inovação, sempre na linha da frente. Contribuiu para isso, também, a visão que a direcção e administração do BCA tinha sobre o futuro, através do apetrechamento do Serviço com equipamentos necessários às realidades, mas sobretudo da valorização do seu pessoal, pela frequência de cursos de formação e de estágios em Portugal (BPA) e na África do Sul (Barclays Bank e IBM)., dos quais eu, particularmente, beneficiei.
A este período áureo, de grande expansão, sucedeu o declínio e a estagnação. Independentemente da sequência dos acontecimentos de 1974, veio ao de cima a tal máxima: “ O óptimo é inimigo do bom”! Alterou-se o que não se devia… e foi o fim. Esta fase, não me deixa saudades.
Resta-me a lembrança dos velhos tempos, de integrar uma óptima equipa, dos amigos, da possibilidade de pôr em prática a criatividade, da profissionalização e da experiência adquirida. Com este “know-how”, e, já agora, enriquecido também pela cultura BCA, adquirida nesta passagem por Angola, não foi difícil, de regresso a Portugal, de imediato, dar aulas de informática e entrar, por anúncio, numa grande empresa multinacional, na qual permaneci durante 25 anos, e de onde me reformei recentemente como responsável pela área da Informática.
Das pessoas, recordo algumas, que nunca mais voltei a ver, com bastante saudade. O Vieira, do gabinete de desenho; o Pereira da Silva, técnico dos elevadores e da electrónica das TV’s; pessoal das Relações Públicas; alguns dos envolvidos no Grupo Desportivo (onde cheguei a ser dirigente) e nas Festas de Natal; o pessoal do Rallye; a equipa de ténis de mesa; a equipa do hóquei, em particular o Cruzeiro, (ainda meu colega em Lisboa, antes de ir para Angola); em resumo, todos os ex-BCA’s em geral, mas sobretudo e em particular a minha equipa da informática.
Bem Hajam Todos
BL
Podemos afirmar, que, ao longo do tempo de existência da Informática, tivemos períodos em que ultrapassámos de longe, ao tempo e comparativamente, a “casa mãe”, ou seja o próprio BPA, graças à boa equipa que éramos, coesa, voltada para a inovação, sempre na linha da frente. Contribuiu para isso, também, a visão que a direcção e administração do BCA tinha sobre o futuro, através do apetrechamento do Serviço com equipamentos necessários às realidades, mas sobretudo da valorização do seu pessoal, pela frequência de cursos de formação e de estágios em Portugal (BPA) e na África do Sul (Barclays Bank e IBM)., dos quais eu, particularmente, beneficiei.
A este período áureo, de grande expansão, sucedeu o declínio e a estagnação. Independentemente da sequência dos acontecimentos de 1974, veio ao de cima a tal máxima: “ O óptimo é inimigo do bom”! Alterou-se o que não se devia… e foi o fim. Esta fase, não me deixa saudades.
Resta-me a lembrança dos velhos tempos, de integrar uma óptima equipa, dos amigos, da possibilidade de pôr em prática a criatividade, da profissionalização e da experiência adquirida. Com este “know-how”, e, já agora, enriquecido também pela cultura BCA, adquirida nesta passagem por Angola, não foi difícil, de regresso a Portugal, de imediato, dar aulas de informática e entrar, por anúncio, numa grande empresa multinacional, na qual permaneci durante 25 anos, e de onde me reformei recentemente como responsável pela área da Informática.
Das pessoas, recordo algumas, que nunca mais voltei a ver, com bastante saudade. O Vieira, do gabinete de desenho; o Pereira da Silva, técnico dos elevadores e da electrónica das TV’s; pessoal das Relações Públicas; alguns dos envolvidos no Grupo Desportivo (onde cheguei a ser dirigente) e nas Festas de Natal; o pessoal do Rallye; a equipa de ténis de mesa; a equipa do hóquei, em particular o Cruzeiro, (ainda meu colega em Lisboa, antes de ir para Angola); em resumo, todos os ex-BCA’s em geral, mas sobretudo e em particular a minha equipa da informática.
Bem Hajam Todos
BL
Meu Caro borges Lopes,
ResponderEliminarGostei...e mais não digo.
Defacto atrevo-me a dizer que Vocês e o BCA foram os "primeiros".
E ocorre-me dar aqui notícia de uma visita que tive, por essa altura, do Senhor António Fernandes no Porto (no café Diplomata onde habitualmente estudava) procurando saber se eu não queria regressar ao Banco exactamente para "colaborar" no projecto de informatização. Não aceitei pois estava empenhado em concluir o meu curso.
Depois em 1972 regressei ao Banco e lembro-me bem de algumas reuniões com os informáticos e o Senhor Fernandes, onde algumas vezes também estive presente.
Já gora diz-lá o nome, se possível com foto, de todos os informáticos, pois os nomes já vão esquecendo. Ainda há dias voltei a ter bem presente o Pimentel (infelizmente já falecido).
Um abraço.
O casal Veiga vive em Matosinhos.
ResponderEliminarOk. Amigos. Todos os nomes bem presentes. E deixem-me dizer-vos que todos os referidos me são "familiares". O Felizardo (elegante). A Naty (morenaça. O Miguel (que acho que já vi aqui numa foto). O jóvem Martins (ai as meninas!...). Bem o Dr. Quadros Fernandes (já publiquei uma foto onde está). O Veiga (sempre bem penteado). A Emília (aquela máquia nos cartões perfurados).
ResponderEliminarA todos um abraço
Teixeirinha
ResponderEliminar.
A equipa inicial era formada pelo Miguel e o Pimentel. Estes colegas deslocaram-se a Lisboa, em fins de 1967, para tirar um curso na IBM - e fazer um estágio no BPA. Juntei-me aos dois (eu trabalhava no BCA-Lisboa, desde 1957) e passámos a formar uma equipa a três. No início de1968, já estávamos em Luanda a assistir à montagem do Centro de Informática, no 4º. andar do edifício novo.
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O Sistema IBM1401 iniciou o seu funcionamento em Fevereiro ou Março de 1968 com o controlo de "Depósitos à Ordem".
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À equipa, inicialmente composta pelos três elementos citados, (estando eu mais dedicado à programação), veio juntar-se um snr. de nome Oliveira, vindo dos Serviços Mecanográficos do Exército – Luanda, que poucas semanas depois, creio que por incompatibilidades, se demitiu.
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Entretanto, o Pimentel foi deslocado para o serviço de Pessoal.
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Nesta fase de arranque tivemos o apoio valioso do snr. Manuel Soares, um "quadro" da informática do BPA, Lisboa, infelizmente já falecido, que nos ajudou a profissionalizar nestes primeiros meses "duros" da informatização do BCA.
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Todo o trabalho de "hardware" era efectuado, no Centro de Informática, em horário contínuo até à meia-noite. Depois desta hora seguíamos para o "Amazonas", nosso "escritório" predilecto, onde, até às duas da manhã, especificávamos" o "software" para o dia seguinte...
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No sector de operação trabalhavam o Miguel (como responsável), o Felizardo Loureiro, e o António dos Santos Martins. Também por lá passaram, mas por pouco tempo, um colega chamado Correia, e outro, chamado Teixeira da Silva.
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À programação, juntou-se o Francisco Veiga e muito mais tarde o Ferreira Marques.
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À equipa da Informática, para o final, juntou-se também o dr. Quadros Fernandes.
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No sector da perfuração, desempenharam funções, desde o início, a Naty e a Isabel, (oriundas dos Serviços Mecanográficos do Exército – Luanda) que ali se mantiveram até final. Nos primeiros anos, passaram por lá várias operadoras, esposas de militares, que acompanhavam os maridos durante as suas "comissões de serviço". Mais tarde, juntou-se ao grupo a Maria Emília, que viria a casar com o Francisco Veiga. Finalmente o grupo ficou completo com a entrada de uma colega bastante jovem, de seu nome Lucília.
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Penso não me ter esquecido de ninguém e se isso aconteceu, espero que me perdoem.
BL
Na verdade é sempre bom lembrar!
ResponderEliminarEu só tomei contacto com a informática no BCA em 1972. Em 1968 estava no Porto a frequentar o 3º ano do meu curso de Economia, e foi por essa altura que me reencontrei com o Sr. António Fernandes que me convidou a regressar para colaborar na nóvel Área.
Aliás, a Informática creio que estava a nível de Direcção, sob a orientação do Senhor Fernandes de cujo entusiasmo pelo seu desenvolvimento fui testemunha.
Tal como diariamente, durante cerca de 4 anos, fui testemunha da dedicação, da azáfama e do entusiasmo daquela "pequena" Grande Equipa.
Um abraço a todos.
Ola meu caro colega Borges Lopes.
ResponderEliminarDaqui escrevo eu de uma das ilhas muito bonitas de Portugal, mais concretamente de S.Miguel Açores.Bem mas vamos la ao nome da pessoa em causa que o que interssa.
Antonio Manuel Semião antigo operador de Computadores que trabalhou com o Felizardo, Martins e Miguel, na parteb das Sras, a Naty,a esposa do Veiga que agora não me lembro do nome.Um abraço a toda a gente conhecida do BCA. Um Feloz Natale um Ano novo cheio de properidades.TE963007893-296383827
AH ! Grande Semião,
ResponderEliminarO meu pedido de desculpas. Lembro-me agora de ti. Salvo erro eras de estatura média/baixa e tinhas o cabelo alourado ou não ?! Não estarei a meter mais uma "argolada" ?! Por favor confirma !
Um grande abraço
Borges Lopes
PS-A esposa do Veiga é a Maria Emília.
Semião:
ResponderEliminarMais... Lembro-me que no dia 25 de Abril de 1974, estavas a trabalhar no turno da manhã. Quando chegámos, foste tu que nos deste a notícia da Revolução em Lisboa.
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Desta não me esqueço...
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Abraço
BL
O Joao Pereira da Silva, tecnico de elevadores, e o meu Pai! Estou absolutamente feliz de ter encontrado o nome do meu pai aqui. Eu so tinha 10 anos quando sai de Luanda e marcou-me para toda a vida! Abraco saudoso!
ResponderEliminarBorges Lopes, líder da informática do BCA, vê só "como o mundo é pequeno" e mais pequeno ficou com estas novas tecnologias, que não tínhamos naquela altura, se tivéssemos vê lá o que não seria das nossas aventuras. Como é que só agora, graças á M. João (aqui Maria Moura, por casamento), minha filha, te "apanhei" aqui. Deixo o meu end.º de e-mail bumbabwe@hotmail.com e gostaria que me contactasses. Um abraço para o T. da Mota e todos que se lembrarem de mim. Estou no Lubango a trabalhar como responsável de máquinas num casino.
ResponderEliminarUm forte abraço
Pereira da Silva