Ladrão que rouba a ladrão...

Assistimos, nos meses que antecederam o pico de férias, a um aumento diário dos preços dos combustíveis (gasolina, gasóleo e até gás) associado ao aumento dos preços do barril de petróleo. Assistimos a debates na TV onde o argumento das petrolíferas, para tão frequentes e "desmesurados" aumentos, era o aumento do preço do crude.
Hoje, soubemos que o preço do barril de petróleo caiu para menos de 90 dólares. Mas, como vem acontecendo de algumas semanas para cá, mais uma vez os preços dos combustíveis não vão acompanhar esta queda dos preços do petróleo.
Hoje, também, e em mais uma das minhas idas ao Banco, procurei alguns dos desdobráveis que proliferam pelos "escaparates" da filial onde tenho domiciliada a minha conta.
E fiquei a saber que posso triplicar o valor do meu ordenado em crédito. Excelente oportunidade, pensei eu.
Pura ilusão, verifiquei a seguir! É que, da leitura desse prospecto, fiquei a saber que o "crédito que me poderá ser concedido" vencerá juros a uma taxa anual nominal bruta de 16% a que corresponde uma TAEG (taxa anual efectiva global) de 17,97%.
Comparando este prospecto com outros de captação de depósitos a prazo, onde a taxa nominal anual bruta é de 3%, dei comigo a pensar: isto é um verdadeiro assalto.
Afinal temos que perdoar aqueles que assaltam os bancos e os postos de combustível?! Na verdade, perante tamanha discrepância de taxas nas operações activas e passivas dos bancos e perante o comportamento das gasolineiras (petrolíferas) temos que aceitar o velho ditado de que "ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão".
PS: como sabemos não são os redistribuidores de combustíveis que fixam os preços, mas sim as petrolíferas, e estas não são as vítimas dos assaltos (por enquanto...).
Parece-me que vou acabar por concordar com alguns "slogans" que por aí vão aparecendo apelando à "renacionalização da GALP" (e da Banca, porque não?).