domingo, 31 de dezembro de 2006

Alguma simbologia do número 7...


7 é o simbolo da perfeição
7 é o número do mistério
7 anos tem o ciclo da vida
7 é o número da criação
7 são os elementos da natureza
7 as virtudes humanas
7 notas tem uma escala musical
7 são os sacramentos
7 chakras tem o corpo físico
7 dias tem a semana
7 cores tem o arco-íris
7 são os pecados capitais
7 cordas tem a lira
7 vidas tem o gato


Quando a meia-noite trouxer o Ano de 2007 podemos começar a sonhar...


Feliz Ano Novo!

Caixa de Diálogo (2) - O Selo Branco Voador

Aviso prévio

A “Caixa de diálogo” assume desta feita a particularidade de um diálogo surdo entre o homem e a máquina, a um tempo insólito e divertido como convém a uma Passagem de Ano.

Recortei esta historieta, passada no BCA em 1970, de uma série de pequenas crónicas que, em tempos pouco recuados, escrevi a convite de um professor do Instituto Superior de Comunicação Empresarial – convite esse extensivo aos mais antigos profissionais de Relações Públicas do País – reportando extractos da minha vida empresarial que contivessem um fim pedagógico para os seus alunos.

Assim, para me situar perante leitores-estudantes, arredei um estilo sério e pseudo-magistral, conferindo ao texto um tom aligeirado e bem- humorado, apontado a uma máxima final com o “tal” sentido pedagógico.


Atentem, pois na história ( com fotografia a preceito ) em versão original e, com ela, subam por instantes ao 1º. Andar do Edifício-Sede do BCA, melhor dizendo à ampla e bonita sobreloja que abraçava o imenso hall das nossas memórias.

O SELO BRANCO VOADOR

A cena passa-se em Luanda, no salão nobre de um Banco. Um dúzia de dirigentes à volta da mesa, com ar formal e pose fotogénica, prepara-se para assinar importantes documentos, caucionadores de um convénio e da extensão das actividades financeiras ao exterior.

Este vosso amigo, jovem de vinte e tal anos, recém-formado nas lides das Relações Públicas, assiste, entre curioso e atento aos pormenores, convicto de que estava ali exactamente para resolver qualquer problema.

O documento-matriz circula, para recolha de assinaturas, entre os principais dirigentes e finaliza o circuito nas mãos do Vice-Presidente, que ocasionalmente tinha a seu lado o notário, o selo branco da instituição e, mais atrás, o jovem e atento R.P.
.
Simpaticamente ( ou desconfiado da operacionalidade do objecto ), olha-me e incita-me a autenticar o documento, concedendo-me o alto privilégio de accionar o martelo-pilão da máquina burocrática.

Usei de alguma força, é verdade, pois o documento merecia um belo selo, mas desconfio que exagerei um pouco, pois o “bicho” reagiu mal à pancada e deu um salto na mesa que ia atingindo o nariz do assustado dirigente.

Sem experiência na manipulação daquele tipo de máquinas, omitira o essencial: com uma das mãos deve segurar-se a base do aparelho e com a outra acciona-se o batente com uma pancada seca.

O meu ar comprometido de menino traquinas fez sorrir paternalmente os assistentes, porventura desconfiados de que o meu curso não incluira aulas práticas com selos brancos e objectos quejandos. Os mais compreensivos terão mesmo pensado: “Temos homem ! Energia não lhe falta…”

Nunca mais toquei num selo branco, que passei a considerar instrumento de tortura voador, a merecer repousar em qualquer museu de horrores.

Resta concluir, avisando os meus confrades: desconfiem das máquinas e dos seus efeitos colaterais; experimentem-nas dez vezes, de preferência em lugar discreto, antes de as usarem em actos públicos.

Luís Teixeira da Mota

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

BOM 2007

Após breves dias de ausência do meu domicílio, eis-me de volta a este nosso espaço de convívio e cultura da amizade. Neste momento apenas para desejar a todos os amigos ex-colegas do BCA e seus familiares a continuação de Boas-Festas Natalícias e que se possam despedir de 2006 com a alegria de quem irá enfrentar mais um ano de Felicidade, Alegria, Paz, Êxitos profissionais, Sucessos pessoais e tudo o que de Bom desejarem lhes possa acontecer.
Um abraço a todos.
Teixeirinha

E com estas não eram só finos




Tenho algumas destas que estão referidas por um decreto lei que nunca foi revogado e que diz que as notas deverão ter igual valor em Ouro ou Notas do Banco de Portugal, mas nunca as consegui trocar, pode ser que valorizem com o tempo, veremos.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

FELIZ ANO NOVO DE 2007


PARA TODOS OS COLEGAS DO EX-BCA E RESPECTIVAS FAMÍLIAS,
Desejo um resto de 2006 feliz e que o novo Ano de 2007, vos traga tudo o que desejarem, que sejam coisas boas.
Eu desejo para vós, tudo o que desejo para mim e para os meus mais queridos.
FELIZ ANO NOVO DE 2007

sábado, 23 de dezembro de 2006

Outras Recordações da Ilda

Este é o emblema dos 5 anos ao serviço do BCA, que recebi em 28 de Janeiro de 1968, mas na insignia diz "Grupo Despostivo do BCA".

Se calhar a ideia partiu de algum dirigente do Grupo Desportivo e portanto vem assim, mas não deixa de ser uma recordação dos primeiros 5 ano ao serviço do BCA, que guardo com muita estima. Beijos e Bom Natal para todos.

Brinquedos do Rui Olmo



O Rui Olmo enviou para o m/mail há dias algumas fotos deste objecto que diz ter encontrado na s/Caixa de brinquedos. Para o homenagear, mando-lhe hoje o objecto que penso ter sido um cinzeiro do BCA, através de foto, como "Prenda de Natal". e como brinquedo. Um grande beijo para ti da Ilda.

Lembranças


Esta é a parte de traz do mesmo relógio, onde
tem a inscrição "Dez anos ao serviço do BCA"
28-01-73.
Não consegui pôr mais visivel.
Abraços da Ilda

Lembranças


O meu relógio em ouro, recebido em 28/01/1973, por 10 anos ao serviço do BCA
(Parte da frente do mesmo)

Actualização para nova versão do BLOG !


Olá a Todos os "Contributors" do nosso Blog: http://ex-bca.blogspot.com



O nosso Blog, por "exigência" da entidade proprietária do alojamento (Google/Blogger), foi alterado para uma nova versão. Esta nova versão, trás algumas novidades/vantagens etc., etc....
Como já devem ter notado, se verificarem o lado direito da página inicial do nosso blog, "desapareceram", os habituais "contributors"!

Através da nova versão do blog, fiz "novos" convites, aos "contributors" da versão anterior. Todos os "contributors" vão receber um CONVITE via email, vindo directamente da BLOGGER.

Após a recepção do e-mail a convidá-los, sigam as instruções apresentadas no próprio email da Blogger! (clicando no endereço, a azul ).


Para uma eventual ajuda, consultem o email individual, que vos enviei hoje (23.12.2006), com imagens em anexo (A+B+C):

A) - "Crie a sua conta agora"

(B) - Indique o seu email (será o seu futuro "username") + password diferente da do seu email + outros dados...

(C) - A partir do passo anterior, já poderão escrever "posts" no blog.



António A. Borges Lopes [BL]


sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Boas Festas - aos Ex-BCA's - Familiares e Amigos








A imagem de fundo reproduz uma pintura a óleo ("Escolas Gerais" / Igreja de S. Vicente), da Lisboa em que nasci, que também muito amo, e que pintei em algumas horas de todo o tempo livre que agora tenho.

Um Abraço a Todos
BL

Boas-Festas e Feliz Ano de 2007


Para todos os Colegas do EX-BCA
São os votos da ILda e Luis Simões

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

A sugestão de um grande amigo...






Fotografias do nosso tempo, um tempo que o Necas fez o favor de recordar e que eu teimo em não esquecer...
Durante muitos anos, fizeram parte do meu dia-a-dia e hoje são bocados da história da minha vida.
Obrigada meu amigo!

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

COISAS DE ANGOLA (5)

Amigos e amigas



Se quizerem saber notícias frescas de Angola é só irem ao


www.mazungue.com (tem que haver um registo prévio)

clicar depois em Fórum-Imaginário-Colectivo
Conversa entre amigos
Recortes de imprensa sobre Angola


Hoje às 22.33 foi posto lá um artigo sobre "O SECTOR BANCÁRIO EM ANGOLA" (fala sobre o BCA)

COISAS DE ANGOLA (4)

"KINGUILAS": BANCOS DE CRÉDITOS FÁCEIS.





A expressão Kinguila, em Kimbundo retrata “alguém que está a espera de algo”. Mas no caso que interessa identifica de forma genérica os vendedores de rua engajados no comércio do dólar. O surgimento das pessoas que exercem este trabalho iniciou em Luanda, a partir do final dos anos 80, quando começaram a proliferar pelas esquinas da cidade grupos de mulheres e Homens envolvidos na troca de Kwanzas por dólares e vice – versa.

Apesar de não pagarem impostos ao Estado, estas vendedoras de “perna ao céu”, escreve o Semanário AGORA, são unânimes em afirmar que se as autoridades regulamentassem legalmente esta actividade e criassem as condições para que elas sejam protegidas dos marginais, contribuíram com uma taxa, desde que ela não fosse muito elevada.

“O Governo deve encarar a nossa actividade como as outras, porque se o maior é pagar imposto estamos dispostas a fazê-lo, mas precisamos que nos protejam contra os marginais, devido ao facto de sermos constantemente assaltadas nos nossos locais de venda”, disse Madalena Guimarães, que actua nos arredores do mercado dos congoleses. “Há até polícias e agentes da fiscalização que aproveitam-se da nossa condição para nos roubarem”, acrescentou.

Ao contrário das Mulheres os Homens que exercem esta actividade, vulgo doleiros, são os que menos sofrem com as extorsões perpetradas pelos agentes policiais e marginais. “Nós criamos todos os mecanismos possíveis para fugirmos dos indivíduos que se aproveitam da nossa condição para facturarem. A que mais tem resultado é de estarmos mais de três pessoas no mesmo local, e todos a cuidarem de todos para que deixemos de ser vítimas”, explicou o jovem Lopes da Silva, de 22 anos de idade, que compra e vende dólares no mercado de São Paulo.

“Outro método que usamos é o de aluguer de jovens que passam como nossos seguranças, eles, protegem-nos de maneira discreta durante o dia, e nós pagamos-lhes dois mil kwanzas, independentemente da quantidade de dinheiro que trocarmos.

De acordo com a interlocutora “já houve alturas em que ganhávamos muito dinheiro com a venda de dólares, mas actualmente há dias em que não conseguimos ganhar mais de Dez dólares. Em cada nota de 100 que vendemos, ganhamos apenas 200 kwanzas e existem clientes que por vezes, só aceitam pagar 100 Kz adicionais o que diminui a nossa margem de lucro”, disse uma kinguila.

Cada uma das pessoas que se dedica a este actividade é possuidora de uma estória triste ou alegre. Joana Silva, de 26 anos, diz que de tanto sofrer nas mãos dos batuqueiros, como se diz na gíria de Luanda, teve de parar de exercer a actividade e enveredar para o negócio de venda de roupas e calçados provenientes do Brasil.

As kinguilas, de um tempo a esta parte, passaram a ser consideradas “Bancos de Rua”, por concederem empréstimos com maior facilidade aos seus clientes, cobrando uma taxa de juros que varia em função da relação de confiança existente entre ambas as partes e da quantia em causa.

Para o economista Carlos Lopes, esta actividade é considerada ilegal e a legislação vigente no país tem restringido o seu exercício, já que esta é exclusivamente da responsabilidade dos Bancos comerciais e das casas de câmbio.

Explicou ainda que, o aparecimento das kinguilas é associado a escassez de moeda estrangeira resultante das restrições e condicionamentos impostos pelo regime centralizado de alocação de divisas, bem como as possibilidades daí resultantes de obtenção de lucros significativos por via de arbitragem efectuada entre os valores despendidos na aquisição da moeda estrangeira através dos canais oficiais e o valor real da moeda. O De realçar que o economista publicou o relatório de uma pesquisa feita em 2004, intitulada “Candongueiros, kinguilas, roboteiros e zungueiros, uma digressão pela economia informal de Luanda.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Um presente para...





Rui Eduardo Sampaio
No dia dos teus anos, só podia oferecer-te o bocadinho da terra onde nasceste.
Parabéns Sampaio !

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Às portas do Natal…


LIGUE O SOM !




Eis o título que escolhemos para associarmos ao vídeo hoje colocado no blog.

São imagens de um excelente momento de confraternização à mesa do restaurante Conventual D. Luís, onde nos foi servido um agradável repasto.

Não éramos muitos, mas sabemos que houve ausências por incompatibilidade com outros compromissos e afazeres profissionais. Na próxima, certamente, não faltarão.

Pois é, tratou-se de um almoço para juntar, em época natalícia, os que já são habituais colaboradores do nosso blog. Uma espécie de ensaio para outros que se seguirão, o primeiro dos quais ocorrerá muito provavelmente em Janeiro, ocasião ainda para debatermos formas de revitalização do nosso blog como espaço de liberdade e de responsabilidade aberto a todos.

O mais interessante foi termos reencontrado colegas que há muitos anos não víamos. Desde logo o reencontro animado entre o Teixeira da Mota e o sempre jovem e seu ex-colaborador directo Rui Olmo. Depois a presença do Luís Rodrigues, sobrinho da Ilda que nem todos conhecíamos (como era o meu caso e da minha mulher) acompanhado da esposa, a Natália. A Ilda, sem surpresa, foi animando o almoço com mais umas histórias alusivas à sua vivência no BCA, ao mesmo tempo que o nosso realizador e operador de câmara, Borges Lopes, que esteve acompanhado pela Alice, sua esposa, mostrava inusitada canseira na recolha das imagens que aqui nos traz, com uma excelente escolha para sonorização. E como não somos monopolistas nem tememos a concorrência (!) tivemos também a presença do Luís Simões (marido da Ilda) que como sabemos, trabalhou no BCCI; um bom compincha, o Luís Simões.

Quanto à jovem que aparece nas imagens…quem havia de ser? A Luísa, de quem pelo menos eu e a Ana (mas sabemos que muitos outros amigos) gostámos muito, e que quis conhecer os “nossos” amigos acabando por nos confessar alguma surpresa pelo facto de, passados tantos anos, cultivarmos ainda esta nossa amizade.

E foi também o momento de conhecermos o filho da Ilda e sua mulher Rute, que nos serviram, para além de simpatia, um óptimo cozido à portuguesa.

Enfim, vale mais uma imagem do que mil palavras e digamos que “o filme” fala por si. Boa disposição e sã camaradagem foram coisas que não faltaram. Relembrámos momentos passados. Recordámos nomes de outros colegas que certamente se hão-de juntar a nós nesta nossa tarefa, sempre inacabada dos reencontros.

Estamos já na Época Natalícia; aproxima-se o final de mais um ano. A todos os colegas e amigos, deixamos os nossos Votos de Natal Feliz na companhia dos que mais amam, e que 2007 seja melhor que 2006.

Um abraço
Teixeirinha

domingo, 17 de dezembro de 2006

Luis Rodrigues c/Vera Mónica


Esta foto está a ser posta a pedido do Luis Rodrigues, com a Vera Mónica (Filha do Alvaro), ao colo. Se ela ler este artigo, o Luis e restante Família desejam-lhe BOAS-FESTAS

sábado, 16 de dezembro de 2006

Porque é NATAL...



Do Minho ao Algarve...
De Cabinda ao Cunene...
Boas Festas a todos os Ex-BCA !

Mais um aniversário...

Hoje é dia de festa para mais um ex-BCA.

Desta vez é o meu amigo José Maria Pereira do Vale

Parabéns Zé Vale !

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Informática no BCA - Um Centro de Inovação

Recorremos ao ano de 1968, em que iniciámos a actividade informática, com um computador de pequeno porte, o IBM 1401, (imagem à esquerda - no Centro BCA) com 2 ou 4K de memória (?!), computador dito da segunda geração e cujo suporte de entrada e saída era o cartão perfurado.

Dois anos após, as necessidades de crescimento levaram à mudança para um IBM 360/25, este já chamado da terceira geração. O termo “360” foi escolhido, pela IBM, para enfatizar a natureza versátil do computador, que cobria um raio de 360º nas aplicações de gestão. De médio porte, com circuitos integrados (imagem à direita) e multi-programação, com periféricos magnéticos e com leitor de fita perfurada. Foi, então, a escolha acertada, como viria a revelar-se no futuro, e para a qual eu me orgulho de ter contribuído.

Integrámos praticamente todas as dependências e agências na Informática central, através da fita de papel perfurada. Aqui, há que relevar a grande colaboração e participação das pessoas que programavam e instalavam as máquinas de lançamentos, ( NCR32 e Burroughs imagem à esquerda), Lembro-me em particular, do José Rodrigues Martins.

Iniciámos uma prática, penso que, pioneira em todo o Portugal - a produção de extractos de conta, mensais e/ou trimestrais, com cálculo e crédito de juros trimestrais.

Desenvolvemos trabalho também na óptica de servir o cliente, nomeadamente com as demonstrações das contas C/Caucionadas e Ab/s/Letras, com apresentação mensal, em papel, do cálculos dos referidos números (positivos e negativos) e juros.

Informatizámos quase tudo o que era passível de informatização, com o equipamento disponível. Depois, apareciam aquelas situações pontuais, que nos davam grande “gozo”, como por exemplo, o processamento informático do nosso Rallye.

À semelhança de Babbage que tinha invenções mas que não tinha máquinas em que as pudesse por em prática (The Babbage Difference Engine- imagem à direita), ousámos meter ombros a uma tarefa ciclópica para o tempo.

Preconizei a utilização de uma “base de dados”. Tratava-se de produzir, a pedido, a impressão de uma folha de papel, com toda a posição do cliente, tipo carimbo que era aposto nas propostas de desconto de letras: Saldos (D.O. +PA +DP+CCC + CC/CAbS/L + LD+LC) e outras informações complementares e disponíveis para “ajuda” a decisões rápidas da gestão. Só que este sistema demorava cerca de 6 horas a produzir os resultados finais o que era incompatível com o nosso tempo de utilização de computador. Hoje, com os novos computadores, com velocidades de processamento impensáveis, com bases de dados e multi-processamento, e funcionamento on-line, seria “canja”, como se costuma dizer.

Podemos afirmar, que, ao longo do tempo de existência da Informática, tivemos períodos em que ultrapassámos de longe, ao tempo e comparativamente, a “casa mãe”, ou seja o próprio BPA, graças à boa equipa que éramos, coesa, voltada para a inovação, sempre na linha da frente. Contribuiu para isso, também, a visão que a direcção e administração do BCA tinha sobre o futuro, através do apetrechamento do Serviço com equipamentos necessários às realidades, mas sobretudo da valorização do seu pessoal, pela frequência de cursos de formação e de estágios em Portugal (BPA) e na África do Sul (Barclays Bank e IBM)., dos quais eu, particularmente, beneficiei.

A este período áureo, de grande expansão, sucedeu o declínio e a estagnação. Independentemente da sequência dos acontecimentos de 1974, veio ao de cima a tal máxima: “ O óptimo é inimigo do bom”! Alterou-se o que não se devia… e foi o fim. Esta fase, não me deixa saudades.

Resta-me a lembrança dos velhos tempos, de integrar uma óptima equipa, dos amigos, da possibilidade de pôr em prática a criatividade, da profissionalização e da experiência adquirida. Com este “know-how”, e, já agora, enriquecido também pela cultura BCA, adquirida nesta passagem por Angola, não foi difícil, de regresso a Portugal, de imediato, dar aulas de informática e entrar, por anúncio, numa grande empresa multinacional, na qual permaneci durante 25 anos, e de onde me reformei recentemente como responsável pela área da Informática.

Das pessoas, recordo algumas, que nunca mais voltei a ver, com bastante saudade. O Vieira, do gabinete de desenho; o Pereira da Silva, técnico dos elevadores e da electrónica das TV’s; pessoal das Relações Públicas; alguns dos envolvidos no Grupo Desportivo (onde cheguei a ser dirigente) e nas Festas de Natal; o pessoal do Rallye; a equipa de ténis de mesa; a equipa do hóquei, em particular o Cruzeiro, (ainda meu colega em Lisboa, antes de ir para Angola); em resumo, todos os ex-BCA’s em geral, mas sobretudo e em particular a minha equipa da informática.

Bem Hajam Todos

BL

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Estudante-trabalhador? Ou trabalhador-estudante? (1)

Já dei conta neste espaço de alguns dos primeiros momentos da minha iniciação profissional no BCA - o meu primeiro trabalho (sim... trabalho, mais do que emprego!).
Como então disse, comecei a trabalhar em 1963 naquela que foi a sede inicial do Banco e o seu primeiro "Balcão".
E relatei as "nossas" disputas para vermos quem era o mais rápido a manipular as máquinas mecanográficas.
Para melhor ilustrar o que era, então, o meu trabalho e o dos outros "operadores", reproduzo aqui o que li há dias no livro de "Joaquim de Lisboa" (também já por mim citado noutro texto) e que, a propósito das referidas máquinas diz o seguinte:
"...operar uma novíssima, mas muito barulhenta, máquina mecanográfica, da geração que antecedeu o uso generalizado dos computadores...". Estas máquinas mecânicas, eram de tal modo robustas que creio terem sido projectadas para serem operadas a ... murro! ... depois de introduzidos os dados...o desencadear dos cálculos e o seu descarregamento na ficha de cartão entretanto introduzida, era obtido dando uma seca pancada, com a mão em cutelo numa barra de desenho e robustez premeditada, para resistir ao ritmo de trabalho e aos humores do operador."
Ao ler as palavras transcritas revi-me novamente como operador na Contabilidade excutando centenas de lançamentos diários em contas correntes caucionadas. E lembro-me dos "momentos de mau humor" que algumas vezes me levavam a descarregar a má disposição com pancadas ainda mais fortes sobre a barra do "enter"; e não me recordo de alguma vez a dita barra ou a máquina, ela própria, se terem queixado!
E se se tratava de uma máquina defacto barulhenta, mais barulhenta se tornava quando era sujeita à tortura do operador. Imagimem, agora, pelo menos 6 máquinas, concentradas num pequeno recanto, a debitarem "decibéis". Acrescentemos a tudo isto o restante ruído produzido no rés-do-chão e no primeiro andar do Banco funcionando em "open space" , com excepção da secretaria e dos serviços de pessoal, e dos contíguos gabinetes da Direcção e da Administração.
E caras e caros colegas, garanto-vos que não era eu o único que por vezes tratava a NCR com menos meiguice. E tal acontecia, sobretudo, nos dias em que "talvez por cansaço" a mesma entrava em "coma", reclamando a precença do "técnico"...enquanto as malditas livranças, amontoando-se, continuavam à espera!
O trabalho era muito e cansativo sobretudo para quem, diariamente, no final de um dia de trabalho, rapidamente procurava sair porta-fora a caminho da Mutamba donde partia o Machimbombo (que não perdoava atrasos) que me levava ao Bairro do Café, onde ficavam a Escola Comercial Vicente Ferreira e o Instituto Comercial - deixando-me ainda a umas boas centenas de metros - para assitir a mais três ou quatro horas de aulas, que nunca terminavam antes das onze horas da noite. Naquele tempo, na verdade ainda não havia Estudantes-trabalhadores. Eu e outros colegas éramos, Trabalhadores-estudantes!

Lembram-se do Vitorino Rodrigues - Relações Públicas

Aqui vai uma "troca" de e-mails, recente:


Olá Borges Lopes
Tens razão . O carro era um Triumph Dolomite azul escuro. Os anos não perdoam a todos.
Um abraço
Vitorino

On 12/11/06, A. Lopes <borgeslopes@netcabo.pt> wrote:
Olá Vitorino:
Lembro-me muito bem de ti! Estavas nas Relações Públicas, junto ao Teixeira da Mota.
Lembro-me que tinhas um carro de marca inglesa, o que era raro ?! Ou estarei enganado. Os anos não perdoam !
Um abraço,
Borges Lopes

----- Original Message -----
Sent: Sunday, December 10, 2006 10:57 PM
Subject: blog

Olá Borges Lopes
Sou o Vitorino Rodrigues (Relações Públicas) e o Necas (Ex guarda redes do hóquei) disse-me hoje que havia o blog dos Ex-BCA.

Aqui estou a dar-te notícias. Nos últimos 5 anos tenho estado em Angola e numa das viagens encontrei o Rodrigues da Silva. Também estive várias vezes com o Telmo (irmão do Xilocas) em noites de Kizomba e com o Trindade e Ana Paz. Depois darei mais noticias. vou contactar o Texeira da Mota,Severa,Ilda,etc.

Aquele abraço
Vitorino

COISAS DE ANGOLA (3)

Olá meus amigos



Com a devida autorização do RUI LAUREANO SILVA, empregado da Blackwood Dodge, coloco aqui este "post", que toca o BCA e seus ex-colaboradores.
Esta carta foi colocada pelo Rui, no fio da Sanzalangola, BANCO COMERCIAL DE ANGOLA- EX-EMPREGADOS.
Este colega vive em Montreal.



"Olá Amigos.

Não trabalhei no BCA. Apenas passo por aqui para contar uma uma quase anedota que se passou comigo nesse banco e que mostra a seriedade e confiança das gentes naquele tempo.

Estávamos nos anos 59. Tinha acabado (?) os estudos e estava à espera de ir para a tropa. Para não andar a vadiar o meu pai, por intermédio do chefe da contabilidade, seu amigo de longa data, empregou-me na BLACKWOOD DODGE.
Meu primeiro serviço foi aprender a lidar com papeladas de bancos.

Um dia, o Esteves, chefe da contabilidade chamou-me e entregou-me um envelope com 400 contos (disse ele) para eu ir depositar ao BCA. Para mim não era a primeira vez que ia depositar, quer no BCA, quer no Banco de Angola. Enfim, pego a motorizada da casa e lá vou eu.

Chamam o meu número, dou a placa, o talão de depósito e o dinheiro que o funcionário começa logo a contar, com uma destreza que sempre me impressionou.
Chegado ao fim da contagem o caixa diz-me que faltam 20$00. Fiquei um pouco desconcertado, pois era a primeira vez que acontecia. Como era pouco experiente, fiquei a olhar para o caixa que me perguntou o que queria fazer, levar de volta o dinheiro todo, ou pôr 20$ do meu bolso. Procurei nos bolsos mas não chegava. Assim disse ao caixa:

- Olhe eu trabalho para a Blackwood. Nao é longe. Guarde-me aqui o dinheiro que vou buscar os 20$ e volto já.

Isto no sentido de evitar ir novamente para a bicha. Entretanto era quase meio dia.

Cheguei ao escritório e disse:
- Sr. Esteves, faltavam 20$.
- Bom, devo-me ter enganado a contar. Nao faz mal vai-se lá a tarde. Dê-me o dinheiro.
- Eu deixei lá o dinheiro com o caixa.
- E onde está o recibo?
- Não tenho, ele guarda-me o dinheiro até eu levar os 20$.
- O quê?... então você deixa 400 contos com alguém que não conhece? E agora quando lá for se ele disser que não foi com ele ou que não se lembra de si, o que é que você vai fazer. Já viu no buraco em que nos meteu a todos. Sabe quanto são 400 contos? etc, etc. Grande sermão e eu sem poder dizer nada em minha defesa.
- Vá lá depressa buscar o dinheiro, se ele ainda lá estiver. Mas vá a rezar para que não haja problemas.

Só então realizei a o incidente. Eu não conhecia o caixa de lado nenhum, nem me lembrava de o ter visto antes no banco. Lá fui eu na braza, rezando pelo caminho.

Quando lá cheguei vi o caixa, passei pela fila da caixa e com o coração a sair-me pela boca mas tentando mostrar-me calmo, disse para o caixa.

- Olha sabe, eu venho cá à tarde. Dê-me o dinheiro porque vamos fazer um depósito maior.

E o caixa, com a maior das naturalidades, baixou-se e entregou-me aquela pequena fortuna, como se se tratasse de uma carta ou outro qualquer papel...Calmamente saí do banco e só cá fora tive coragem para abrir o envelope comercial e, quando vi lá o dinheiro apeteceu-me dar um berro de contentamento.

Nunca mais esqueci este incidente. Chegado ao escritório, ainda não tinha aberto a boca que o chefe me perguntava:

-TAVA LÁ O DINHEIRO ???

E eu tentando parecer natural:
- Claro que estava. Eu conheço o homem...

- ISSO NÃO SE FAZ NEM COM CONHECIDOS ...

- Naquele tempo havia ainda gente séria. Hoje ainda deve haver também, não sei. Mas eu continuo a confiar nas pessoas..."

A comitiva hoquista do BCA em Lisboa para os Nacionais de 1972


Uma foto rara, segundo julgo saber. A comitiva hoquista do BCA (Directores, Seccionista e Jogadores), à chegada a Lisboa para os Nacionais de 1972, foi recebida pelo Sr. Arthur Cupertino de Miranda, em seu gabinete no BPA. Recordo que, na tarde desse dia, foi a comitiva apresentada à Imprensa, durante uma recepção no Hotel Tivoli. Uma grande operação de relações públicas, que mereceu do Presidente palavras de apreço e de orgulho sensibilizantes.

A foto é um quadro de alegria com sombras de tristeza. Alegria pelos êxitos desportivos e companheirismo vivido; tristeza pela emoção que nos faz deter o olhar e estremecer o coração ao recordarmos, num arrepio de alma, a obra, os anos e o talento dos que são hoje parte indissociável da nossa memória colectiva.


domingo, 10 de dezembro de 2006

RALLYE BCA 1971 e 1972





Encontrei mais duas recordações. As primeiras duas imagens são da medalha de agradecimento aos colaboradores do Rallye do ano de 1971 a seguinte é do ano 1972 e também é de agradecimento aos colaboradores. As recordações referem-se ao 14º e 15 aniversários do BCA.

Rallye do XVII Aniversário do BCA - 1974

Alvará concedido pelo

AUTOMÓVEL E TOURING CLUBE DE ANGOLA

ao Grupo Desportivo e Cultural do

Banco Comercial de Angola


para a realização do Rallye

.

Luanda aos bocadinhos...


Como pontos de referência, a MUTAMBA e o Estádio Municipal dos Coqueiros.
Localizem-se...

Mais um ex-BCA...muito especial !




Reconhecem-no ?

É ele mesmo, o Rui Olmo !

Para mim, apesar do tamanho, serás sempre o Ruizinho...!
Obrigada pela confiança.



Devidamente autorizada, publico as fotos e os contactos que recebi:
Telefone.- 21 931 22 39
Telemóvel.- 96 601 75 43

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Chilócas - Fotos do meu baú

O meu cartão de sócio do Grupo Desportivo


Parte da equipa de Basquete com um troféu ganho:
Em pé: Chilócas, Helder Baeta, Patrício e Zézé Teixeira
Em baixo: Fernando Sentieiro e Baldino.



Equipa de Voleibol:
De pé: Guedes Ferreira (Director), Zézé Teixeira, Chilócas, Branco,
Jerónimo Capon, Massagista (não me lembro do nome)
Em baixo: Teixeira da Mota (Jogador/Treinador), Zé Freitas (Capitão),
Anapaz, Zé Vale e Carlos Pereira

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Mais uma mini-história do quotidiano Luandense “ Resposta ingénua a pergunta… ainda mais ingénua”

As flores de papel


Em determinada altura, em Luanda, foi moda a utilização de pequenas flores de papel colorido na decoração interior das casas.

A nossa, obviamente, não foi excepção. Também lá se fizeram algumas composições decorativas com as referidas flores de papel, geralmente adquiridas nas agências funerárias (?!).

Minha mulher, um dia, dirigiu-se a uma agência para comprar as ditas flores.

O empregado apresentou-lhe uma grande variedade, tanto em cores como em formatos.

Foi então que surgiu a pergunta ingénua “ Porque é que os angolanos decoram com tantas flores, e de cores tão garridas, os caixões dos seus mortos?!.

“ É para lhes dar mais vida, minha senhora”! Foi a resposta pronta e convicta do empregado.

Abraço a Todos

BL

COISAS DE ANGOLA (2)





CIDADÃO SUICIDA-SE POR CAUSA DA MULHER TER DADO À LUZ, UM "BÉBÉ CHINÊS".
FOI FORÇADO A ACEITAR E A CONTRAIR MATRIMÓNIO.









Luanda - A namorada estava grávida e a família da mesma exigiu que os mesmos casassem. Mas passados 9 meses a quando do parto ficou a saber que não era o pai da criança, mas sim de um cidadão Chinês pelas características que o bebé apresenta, cor branca, cabelos loiros e olhos fundos.

Pedro Eduardo, 26 anos, suicidou-se com uma corda no pescoço e o cadáver foi encontrado no quarto onde dormia. O facto ocorreu no bairro da kalemba II, no município do Kilamba Kiaxi.

Segundo uma fonte familiar, depois de informado que não era o pai da criança alertou que podia se suicidar, mas a família tentou acalmar mas, sem sucesso.

De acordo ainda com a mesma fonte, depois de engravidar a jovem, Pedro negou perante a família da mesma que era o pai. Apesar da recusa, foi forçado a aceitar e contrair matrimónio.

Depois do parto realizado no Hospital geral de Luanda, a jovem mãe foi levada para a casa dos pais para que o segredo não fosse desvendado naquele dia. A sogra informou-o que ela não tinha recebido ainda alta, disse a fonte.

Na ânsia de ver o rosto do menino, Pedrito decidiu ir ao referido hospital mas, a caminho encontrou-se com a sua irmã mais velha que informou do sucedido. Depois de contactar a realidade, decidiu suicidar-se pelo que foi persuadido a mudar de ideia, mas quando tudo parecia ter sido ultrapassado num desses dias, fechou a porta do quarto a sete chaves e pendurou-se.

O Cadáver foi encontrado depois dos familiares e vizinhos arrombarem a porta do referido quarto onde dormia.

De recordar que , face a pressão, Pedro vendeu uma parcela de terra que possuía para honrar o compromisso que assumira.

Caixa de Diálogo (1)

DA “CULTURA BCA” À… “FLEXIGURANÇA”


Abro esta “Caixa de Diálogo”, em formato digital, usando livremente o espaço do nosso blogue (definitivamente, passo a aportuguesar a palavra).

“Caixa de diálogo” passará a ser o designativo das minhas intervenções escritas mais reflexivas, ao sabor da inspiração, da convicção e da oportunidade. Sem outra preocupação senão a de fazer pontes entre o passado e o presente, alinhando factos, pessoas e valores que possam, a um tempo, reavivar a nossa juventude física e projectar no futuro conceitos e modos de estar distintos.

Hoje, apetece-me (insolente este termo…não vos parece? Pois é a palavra que, em liberdade de expressão, traduz o cerimonioso “permitam-me”) rebuscar no escaninho da memória algo que serviu de suporte permanente a uma postura empresarial, plena de identidade própria: a cultura BCA.

Foi esta cultura um verdadeiro axioma de vida de toda a actuação do BCA, desde a sua fundação (em 1958) e que teve, como pilar genético, o Banco Português do Atlântico, verdadeiro alfobre de gerações de bancários, dos quais alguns – muito poucos – foram destacados para Angola, munidos das suas convicções e padrões de comportamento.

E se um “chefe” é – no dizer do escritor Paul Valery – uma pessoa que precisa dos outros” , foram aqueles pioneiros capazes de se rodearem de Colaboradores que rapidamente souberam, já numa dimensão colectiva, intuir um conjunto de regras de funcionamento, de sinais e de símbolos, basilares na sustentação da imagem institucional, até 1975.

Assim nos identificámos naturalmente, uns com os outros e todos com o Banco, porque a cultura nasce do interior das Pessoas – dos chefes aos colaboradores.

Recorde-se a visão do Dr. Manoel Vinhas, principal mentor da obra que o Edifício-Sede representou dez anos mais tarde, ainda hoje verdadeiro ex-libris da cidade de Luanda. Depois, o dinamismo, o envolvimento e a criatividade das Pessoas que foram ocupando sete dos 20 andares que o Edifício comportava. Pessoas que não desdenhavam – antes, promoviam - a osmose do conhecimento, fazendo dos mais novos profissionais assumidos, com competências adquiridas no plasma da actividade diária. Em Luanda e por todo o país, já que o influxo da Cultura BCA não tinha limitações geográficas.

Primeiro banco privado a estabelecer-se em Angola, foi o BCA dinâmico fautor do desenvolvimento económico regional, criador de riqueza e mobilizador de vontades. Podemos, assim, orgulhar-nos da obra feita, que outros quase desfizeram, sem receio das vozes necrófagas de hoje, porque aquela foi transversal a décadas de progresso e deixou marcas na terra vermelha e nos espaços imensos do nosso labor tropical.

Alargámos a nossa presença a Moçambique, a S. Tomé, a Macau e os projectos já iam a caminho de Cabo Verde…A expansão era um produto da cultura BCA, qual mística que, por ser património imaterial, dispensava passaporte.

E foi no âmbito dessa cultura que a integração sócio-profissional ganhou estatuto gradualmente, a par de uma torrente de iniciativas sociais e desportivas, todas elas entusiasmantes, porque emergentes dos valores adquiridos. Os mais jovens e os mais aplicados acabaram por fazer a sua carreira na área comercial ou administrativa, conhecendo previamente todas as secções/serviços do Banco, com uma assistência profissional e social que não tinha paralelo noutras Organizações.

Quantos serviços e produtos lançados no mercado, fazendo crescer o Banco e, com ele, as nossas Terras de adopção! É bom saber que, em 1973, o BCA detinha 45% do crédito total outorgado em Angola. Está escrito.

Chamo, assim, à colação esta singularidade marcante da cultura BCA por uma razão última: o arco da vida não se fechou em 1975, pois foram esses princípios e esses valores que, já em Portugal, nos permitiram refazer a vida, educar os Filhos, abraçar novos projectos. Jamais desistir.

É interessante verificar que, numa avaliação recente feita por um conceituado consultor internacional, os valores culturais que perfilhámos há mais de 30 anos – envolvimento, qualidade, empenho nas causas e orgulho pela Instituição – persistem como referenciais primeiros e importantes factores do progresso económico e do desenvolvimento social.

Falemos agora do presente.

Reconheça-se que tais valores estão hoje em contra-ciclo com os arautos da chamada “globalização” e dos modelos importados, vg. a “flexigurança” que, a serem aplicados no País, conduzirão Portugal para o “núcleo dos países ricos…com gente mais pobre”, na lúcida opinião de um Prémio Nobel da Economia, que recentemente ouvi em Lisboa.

Chegado aqui, remeto-vos para um excerto de um prefácio que escrevi recentemente para um livro s/ Comunicação, editado por um jovem ex-Colaborador: “…a declinação do verbo flexibilizar parece ser uma ladainha colectiva e o pau-santo da virilidade económica das empresas. Esquecendo as Pessoas por onde tudo passa, seja a criatividade, a compreensão dos acontecimentos ou a capacidade de adaptação a novas situações”. E concluía com um grito de alerta: Tudo se faz, senhores pregoeiros da globalização, com as Pessoas !

Deixo aberta a “Caixa de diálogo” aos vossos comentários.

Por mim, continuo a “pensar o futuro”. Aos 67 anos. Sobrepondo a racionalidade dos juízos realistas à euforia irresponsável das pessoas gratuitas ou precipitadas, à embriaguez das grandes e sediças palavras vazias, ao sortilégio demagógico das atitudes ditadas por uma qualquer máquina de marketing, irritadiça à mínima contrariedade.

Julgo ter falado do passado, do presente e do futuro. De nós e do País.

Luís Teixeira da Mota

Fotos do meu baú

Equipa de Futebol da Contabilidade
De pé: Guedes, Freixiosa, Chilócas, Amorim, Zé Manel e Capon
Em baixo: Marrocos, Valadão, Freitas, Carvalho, Fernandes da Silva e
Marin


Visita à Cuca da malta da Contabilidade.
Da esquerda para a direita:
Leite Pereira, Roxo, Soeiro, Chilócas e Marrocos.
Alguns destes Amigos já não se encontram entre nós
(Roxo, Soeiro e Marrocos)



Teixeira da Mota e Freitas no seu melhor!!!
Diamantino e Branco no descanso!!!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

COISAS DE MOÇAMBIQUE (1)

RECEITA PARA UM "JET-SET" NACIONAL




Mia Couto


Já vimos que, em Moçambique, não é preciso ser rico. O essencial é parecer rico. Entre parecer e ser vai menos que um passo, a diferença entre um tropeço e uma trapaça. No nosso caso, a aparência é que faz a essência. Daí que a empresa comece pela fachada, o empresário de sucesso comece pelo sucesso da sua viatura, a felicidade do casamento se faça pela dimensão da festa. A ocasião, diz-se, é que faz o negócio. E é aqui que entra o cenário dos ricos e candidatos a ricos: a encenação do nosso "jet-set".
O "jet-set" como todos sabem é algo que ninguém sabe o que é. Mas reúne a gente de luxo, a gente vazia que enche de vazio as colunas sociais. O jet-set moçambicano está ainda no início. Aqui seguem umas dicas que, durante o próximo ano, ajudarão qualquer pelintra a candidatar-se a um jet-setista. Haja democracia! As sugestões são gratuitas e estão dispostas na forma de um pequeno manual por desordem alfabética:

Anéis - São imprescindíveis. Fazem parte da montra. O princípio é: quem tem boa aparência é bem aparentado. E quem tem bom parente está a meio caminho para passar dos anéis do senhor à categoria de Senhor dos Anéis O jet-setista nacional deve assemelhar-se a um verdadeiro Saturno, tais os anéis que rodeiam os seus dedos. A ideia é que quem passe nunca confunda o jet-setista com um magaíça*, um pobre, um coitado. Deve-se usar jóias do tipo matacão, ouros e pedras preciosas tão grandes que se poderiam chamar de penedos preciosos. A acompanhar a anelagem deve exibir-se um cordão de ouro, bem visível entre a camisa desabotoada.

Boas maneiras - Não se devem ter. Nem pensar. O bom estilo é agressivo, o arranhão, o grosseiro. Um tipo simpático, de modos afáveis e que se preocupa com os outros? Isso, só uma pessoa que necessita de aprovação da sociedade. O jet-setista nacional não precisa de aprovação de ninguém, já nasceu aprovado. Daí os seus ares de chefe, de gajo mandão, que olha o mundo inteiro com superioridade de patrão. Pára o carro no meio da estrada atrapalhando o trânsito, fura a bicha**, passa à frente, pisa o cidadão anónimo. Onde os outros devem esperar, o jet-setista aproveita para exibir a sua condição de criatura especial. O jet-setista não espera: telefona. E manda. Quando não desmanda.

Cabelo - O nosso jet-setista anda a reboque das modas dos outros. O que vem dos americanos: isso é que é bom. Espreita a MTV e fica deleitado com uns moços cuja única tarefa na vida é fazer de conta que cantam. Os tipos são fantásticos, nesses video-clips: nunca se lhes viu ligação alguma com o trabalho, circulam com viaturas a abarrotar de miúdas descascadas. A vida é fácil para esses meninos. De onde lhes virá o sustento? Pois esses queridos fazem questão em rapar o cabelo à moda militar, para demonstrar a sua agressividade contra um mundo que os excluiu mas que, ao que parece, lhes abriu a porta para uns tantos luxos. E esses andam de cabelo rapado. Por enquanto.

Cerveja - A solidez do nosso matreco vem dos líquidos. O nosso candidato a jet-setista não simplesmente bebe. Ele tem de mostrar que bebe. Parece um reclame publicitário ambulante. Encontramos o nosso matreco de cerveja na mão em casa, na rua, no automóvel, na casa de banho. As obsessões do matreco nacional variam entre o copo e o corpo (os tipos ginasticam-se bem). Vazam copos e enchem os corpos (de musculaças). As garrafas ou latas vazias são deitadas para o meio da rua. Deitar a lata no depósito do lixo é uma coisa demasiado "educadinha". Boa educação é para os pobres. Bons modos são para quem trabalha. Porque a malta da pesada não precisa de maneiras. Precisa de gangs. Respeito? Isso o dinheiro não compra. Antes vale que os outros tenham medo.

Chapéu - É fundamental. Mas o verdadeiro jet-setista não usa chapéu quando todos os outros usam: ao sol. Eis a criatividade do matreco nacional: chapéu ele usa na sombra, no interior das viaturas e sob o tecto das casas. Deve ser um chapéu que dê nas vistas. Muito aconselhável é o chapéu de cowboy, à la Texana. Para mostrar a familiaridade do nosso matreco com a rudeza dos domadores de cavalos. Com os que põe o planeta na ordem. Na sua ordem.

Cultura - O jet-setista não lê, não vai ao teatro. A única coisa que ele lê são os rótulos de uíque. A única música que escuta são umas "rapadas e hip-hopadas" que ele generosamente emite da aparelhagem do automóvel para toda a cidade. Os tipos da cultura são, no entender do matreco nacional, uns desgraçados que nunca ficarão ricos. O segredo é o seguinte: o jet-setista nem precisa de estudar. Nem de ter Curriculum Vitae. Para quê? Ele não vai concorrer, os concursos é que vão ter com ele. E para abrir portas basta-lhe o nome. O nome da família, entenda-se.

Carros - O matreco nacional fica maluquinho com viaturas de luxo. É quase uma tara sexual, uma espécie de droga legalmente autorizada. O carro não é para o nosso jet-setista um instrumento, um objecto. É uma divindade, um meio de afirmação. Se pudesse o matreco levava o automóvel para a cama. E, de facto, o sonho mais erótico do nosso jet-setista não é com uma Mercedes. É, com um Mercedes.

Fatos - Têm de ser de Itália. Para não correr o risco do investimento ser em vão, aconselha-se a usar o casaco com os rótulos de fora, não vá a origem da roupa passar despercebida. Um lencinho pode espreitar do bolso, a sugerir que outras coisas podem de lá sair.

Simplicidade - A simplicidade é um pecado mortal para a nossa matrecagem. Sobretudo, se se é filho de gente grande. Nesse caso, deve-se gastar à larga e mostrar que isso de país pobre é para os outros. Porque eles (os meninos de boas famílias) exibem mais ostentação que os filhos dos verdadeiros ricos dos países verdadeiramente ricos. Afinal, ficamos independentes para quê?

Óculos escuros - Essenciais, haja ou não haja claridade. O style - ou em português, o estilo - assim o exige. Devem ser usados em casa, no cinema, enfim, em tudo o que não bate o sol directo. O matreco deve dar a entender que há uma luz especial que lhe vem de dentro da cabeça. Essa a razão do chapéu, mesmo na maior obscuridade.

Telemóvel - Ui, ui, ui! O celular ou telemóvel já faz parte do braço do matreco, é a sua mais superior extremidade inferior. A marca, o modelo, as luzinhas que acendem, os brilhantes, tudo isso conta. Mas importa, sobretudo, que o toque do celular seja audível a mais de 200 metros. Quem disse que o jet-setista não tem relação com a música clássica? Volume no máximo, pelo aparelho passam os mais cultos trechos: Fur Elise de Beethoven, a Rapsódia Húngara de Franz Liszt, o Danúbio Azul de Strauss. No entanto, a melodia mais adequada para as condições higiénicas de Maputo é o Voo do Moscardo.

Última sugestão: nunca desligue o telemóvel! O que em outro lugar é uma prova de boa educação pode, em Moçambique, ser interpretado como um sinal de fraqueza. Em Conselho de Ministros, na confissão da Igreja, no funeral do avô: mostre que nada é mais importante que as suas inadiáveis comunicações. Você é que é o centro do universo!

Mia Couto

Anúncio no Jornal "O Bancário" que recebi hoje...


Anúncio publicado no Jornal "O Bancário" - Edição n.º51 de 28.11.2006 - Secção "Tempos Livres" - pag. 24

COISAS DE ANGOLA (1)


Coisas de Angola...

(Recebido por email, hoje)



1. Em Luanda agora é assim! As pessoas se produzem todas para ir a um funeral, como se à uma festa de gala se tratasse. Se antes o branco e o preto eram as cores para actos fúnebres, agora, as damas bazam até de vermelho, rosa, amarelo, laranja, quer dizer, só as cores "mais cheguei" para chamar mesmo a atenção.

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2. Na verdade, os óbitos se transformaram em locais predilectos para desenvolver uma paquera, na ausência de locais públicos de lazer que proporcionem encontros, afinal quem não tem cão nem gato, caça com rato. Há quem diga que as damas vão para ver os BOSS´S da família. Ficam de olho bem aberto para marcar qual é o tio que dá mais kumbu. Depois jogam todo seu charme para cima do kota não importando se casado, solteiro ou viúvo, nem respeitam o luto.

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3. Já os homens, parece que são mais discretos; bazam a estes encontros para beber de graça, consentir uma paquera e, claro, pitar (comer) um coxe, afinal, de graça, bar aberto, boca-livre, não faz mal a ninguém. Os óbitos, há muito que deixaram de ser cerimónias nostálgicas em que os parentes e amigos se encontram para consolar quem perdeu um ente. As Mulalas das kotas deram lugar ao desfile de moda e posses. Tas a ver aquela expressão " ché quez da caldo", já ficou ultrapassada. A canjica e o caldo foram superados pelos Mufetes, Muambas, Bolos, Doces diversos, Rissóis, Tortas e Pudins a maneira.

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4. Da Kissangua, coitada, já nem se fala mais, nem nos círculos mais conservadores das famílias, de vez em quando, aparece nas praças e paragens de candongueiro mas, com novo nome para disfarçar: "Sumol em Saco". Nada de coisa de pobres (kissangua) nos óbitos a onda agora é Cuca, Sagres, Castle, Carlsberg, Coca-Cola e associadas, Sumol e até a forasteira Kiss, agora também Blue's, por que as Youk´s sumiram do mapa. Quer dizer, até aquelas cotas que produziam os pitéus dos óbitos naquelas panelas bué gudas (grandes) também estão desempregadas; foram substituídas pela contratação dos serviços de Bufetes e catering.

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5. Óbito na cidade da Kianda é festa grande. Já há quem prefira patar nos kombas (óbitos) do que ir aos casamentos; nos óbitos não olham nas caras nem querem saber se é parente do noivo ou da noiva para te servirem. Só falta mesmo contratar DJ´s para animar o bo... digo o óbito, com músicas da igreja, já que os kuduristas já fazem questão de cantar daquele jeito neh.

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6. Nesses encontros não podia faltar a turma dos BUFUS, aqueles que definem a qualidade dos óbitos, segundo critérios já bem definidos: Adesão de pessoas famosas, número de carros, que inclui os da moda, último grito, os que mais choram, quem desmaia mais, a quantidade e qualidade do pitéu e bebida etc. quem não consegue um óbito nestes moldes é logo taxado de "JIMBA DIAFU", "DIBINZERO".

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É... meu, morrer na Nguimbe (capital) não é negócio para qualquer um!!!

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7. E não pára por aí, o que dá mais pontos é o lugar onde será o enterro. Tem que ser ALTO DAS CRUZES ou SANTA ANA porque o resto é mesmo resto. O óbito pode ter tudo, mas se o funeral não for nestes lugares perde todos os pontos. Diante disso, começa um novo dilema já que conseguir espaço nestes cemitérios não é coisa fácil e carece de "cunha forte", mas também, 14 ou kamama não são cemitério para Vip´s, tipo, não vão ser comidos também pelos sálálés. Então o defunto chega mesmo a ficar uma semana ou mais a espera que se decida sobre seu próximo endereço.

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8. Mas nem tudo mudou, ainda se vê aquelas kotas que sempre exageram na hora de exprimir sua tristeza. Aquela kotas que vão chorar no Kinaxixi, quando o óbito é no Marçal, para depois reclamar dos rins. Ainda é a oportunidade ímpar para ver todos os parentes, onde os que menos choram são as vítimas quando se procura o culpado pela morte: "EIE U MULOGI". Ele é o feiticeiro, vês que nem chora, eu já sabia. Os vizinhos da rua toda continuam com aquele mau e velho hábito de faltar ao serviço durante um mês sob pretexto de óbito na casa do vizinho que em vida nem sequer os cumprimentava.

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Isto é caso para perguntar: AONDE ESTAMOS E PRA ONDE VAMOS? SABES??????

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Por:

Anónimo

Porto!! Sentido!!















Tenho estado um pouco afastado por motivos ocupacionais, quando chega a hora de me dedicar ao Blog estou cansado e como diz o Renato já pertenço ao RLD. Para quebrar a rotina e tomando como mote a diversidade e como nunca me dediquei ao fotoamadorismo vou incluir hoje algumas fotas que fiz no passado sábado na margem do rio Douro Cais de Gaia com vistas sobre a cidade do Porto, aviso que a qualidade não é das melhores porques as imagens são provenientes de digitalização de imagem video. Tentei enviar essas imagens ao Borges Lopes para que fossem publicadas, mas estou com dificuldade em gravar porque um dos programas que tenho no PC não reconhece a câmara e entra em segurança. São imagens de uma cidade que gosto muito apesar de não viver nela, mas trabalhei lá de 1977 a 1991. Nota não publico muitas porque ocupam muito espaço. aproveito para vos informar de que já foi publicada no Bancário do Sindicato do Sul e Ilhas a N/informação recentemente por mim anunciada, com prazer vos digo que já recebi alguns telefonemas ainda agora e no momento em que vos escrevo telefonou o António Ribeiro Rodrigues EX-BCA Moçambique. Um abraço a todos