Recordações - Foi no início dos anos 70. Encontrava-me em Angola, concretamente em Luanda, havia cerca de três anos, quando visitei Cabinda.
O Rallye do BCA, em cuja realização participei activamente, através de inclusão dos cálculos do Rallye em computador, proporcionou-me contactos e amizades com várias personalidades ligadas ao desporto automóvel.
Em 1971, fui convidado para, integrado na equipa de cronometristas e outros técnicos desta matéria, do ATCA (Automóvel e Touring Club de Angola), colaborar na cronometragem do “Circuito de Cabinda”.
Era a segunda vez que andava de avião. A viagem de ida, decorreu num Douglas C47, avião que era uma verdadeira relíquia. Pequeno, com dois motores a hélice, muito barulhento e sobretudo com aparente fragilidade. Pela pequena janela, tive a oportunidade de espreitar um espectáculo de rara magnitude e beleza. Viajávamos junto à costa atlântica quando avistei, vindo da direita, do grande continente africano, o rio Zaire ou Congo, nome que aprendemos na escola. De largura descomunal, entrava pelo Atlântico deixando nele um rasto de cor de barro visível por alguns quilómetros.
Foi uma viagem muito agradável. O Circuito correu bem. Como em todos os outros, houve vencedores e vencidos, festa e camaradagem.
Tive, também, oportunidade de penetrar na magnífica floresta do Maiombe, e numa das noites, assisti a uma rebita. Gentes e música em tudo diferentes do que tinha conhecido até àquele momento e que me deixou gratamente impressionado. Para mim, era tudo muito estranho, de uma beleza desconhecida, mas muito bela, tanto pelas pessoas, como pelas paisagens.
A volta a Luanda, realizou-se num Fokker F-27 Friendship 200, este mais moderno, com maior comodidade e sobretudo menos ruidoso.
Desta viagem trouxe uma recordação, que ainda hoje a conservo. Comprei na rua, um magnífico quadro pintado a óleo, por sinal, muito bem pintado, na minha opinião, que representa bem aquela bela região.
Saudades não me faltam. Passados tantos anos, não quero deixar de reparti-las. Abraço a Todos.
Lindo quadro.
ResponderEliminarDeixo aqui o meu obrigado ao colega Borges Lopes pela partilha da sua recordação de Cabinda, apesar de muito sucinta, bem como da bela pintura retratando a floresta do Maiombe. Cabinda, a sua paisagem e as suas gentes, são de facto maravilhosas. Só foi pena não ter tido oportunidade de visitar a nossa Agência local ou, pelo menos, a isso não faz referência...
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