Há dias tive um sonho, para mim deslumbrante e por isso vou partilhá-lo convosco e passo a descrevê-lo:
Reportava-se ao ano de 1974 e esse sonho era mais um trajecto de uma parte do meu percurso de vida, nessa altura ainda, no BCA.
E vou então relatá-lo:
No meu sonho estava a entrar no Edíficio Sede do BCA. Entrei pela porta principal, onde se encontrava o Sr. Plácido da Nova, um dos pioneiros do
BCA, que se apressou a abrir-me a porta , com a sua deferência habitual.
Como muitos de vocês sabem, ou pelo menos, penso que recordam, no ano de 1974, a meu pedido, fui colocada por 6 meses na Tesouraria, onde em conjunto com o Eduardo Trindade, fazíamos o fecho geral diário da mesma. Entrei então pelo lado direito das instalações e comecei por cumprimentar a Maria Antónia P.Carvalho, mais tarde, também Paiva, pelo s/casamento com o Agnelo Paiva, a Miraldina e a Manuela Brito Loureiro, 3 das colegas da Secção de "Abertura de Contas", que se encontravam a preparar documentação para mais um dia em que iriam, certamente, arranjar mais uma ou duas dezenas de clientes, ou não tivessem elas sido escolhidas para essa Secção, pela s/boa apresentação, simpatia e comunicabilidade.
Andei um pouco mais e dei um aperto de mão ao Jorge Estevão, Chefe da Secção de Metrópole e Ultramar, que trocava impressões com o César João Rodrigues Augusto, com o Rui E. Sampaio e o Amâncio Coelho Ezequiel de Almeida. O Telmo Tavares de Matos iniciava o seu dia, falando com o António José Feijão Fontoura, com a Adelaide e a Maria Madalena Vilamariz Martins da Fonseca. O Herculeano do Quental Gouveia falava com a Lina Maria Carvalho Vieira e a todos cumprimentei, sorridente, com a alegria própria dos meus 28 anos e o conhecimento com todos , que me era trazido dos meus 12 anos de serviço na Secção de Pessoal, onde não havia quem eu não conhecesse, pois todos passavam por lá, antes de serem colocados.
Fui então cumprimentar o meu Chefe, na altura, o Sr. Angelo António da Silva Oliveira, Tesoureiro Chefe do BCA, o Trindade que já me esperava, sempre bom colega e de trato agradável para todos e para mim , além disso um bom professor de todo o trabalho da Tesouraria.
Já sentada na minha secretária (tinha ido substituir a Ilda Mendes, que se casara com o n/Director Joaquim do Carmo Amaral), olhei à minha frente e dei por mim a cumprimentar com um aceno de cabeça, o Fernando Cruzeiro e o Carlos Insua Gonçalves. O Joaquim Oliveira e o Delfim Alberto Nunes Beirão, que vinham da Casa Forte com os seu Baús, passaram por mim e foram eles a cumprimentar-me. Também dei um olá rápido ao J.Martins dos Santos, sempre com o cuidado que o meu Chefe não me chamasse a atenção, uma vez que estava na Tesouraria há muito pouco tempo e nas minhas novas funções, queria deixar boa impressão, como era de meu feitio e profissionalismo.
Já com tabalho entre mãos, olhei para a Secção de Estrangeiro onde o Sr. Mariano, Chefe dessa Secção, falava com o José Maria Pereira de Lima e com o Armando de Jesus Inácio. O George Barendse falava com o José Eduardo Alves Pacheco e a Katia, já batia à máquina o seu primeiro trabalho do dia, tal como a Manuela. O António M. Santiago Duarte e o Carlos Alberto Santiago dos Reis estavam a falar. Não sei se a conversa era de serviço ou se estavam a comentar o resultado do jogo de Basquetebol que tinha sido na noite anterior e com o resultado favorável aos n/colegas do BCA.
Lá no fundo da sala , mas que se via perfeitamente bem da Tesouraria, laboravam já as Secções de Depósitos e Posições e os seus Chefes, Fernando Sarmento e António Abrantes Castanheira, ladeados pelo Fernando da Silva Serra e pelo João Nuno de Castro e Paiva (irmão do Agnelo e do Rogério) . A seguir estavam os Mecanógrafos das máquinas NCR32, que já batiam os seus primeiros lançamentos do dia, fazendo talvez, como era uso deles regatas, para verem quem lançava mais, o que além de desembaraçar o trabalho, fazia com que alguns sobressaíssem de outros e fossem mais tarde premiados por isso, com uma promoção. Entre muitos lembro-me Rogério do Paço Afonso e outros.
Quando a "Caixa" Juliana veio pedir uma importância grande, para fazer os pagamentos dos vencimentos dos empregados da firma Cunha & Irmão, n/grande cliente, eu ofereci-me logo ao Sr. Oliveira, para ir eu à Casa Forte buscar aquele montante a fim de que ele já um pouco entrado na idade, não se cansasse, nem tivese de se levantar. Agradeceu-me todo contente e deu-me um molhe de chaves que pareciam as de S.Pedro. Disse-me quais as que tinha de usar e lá fui eu toda satisfeita por ir fazer aquele pequeno favor ao m/Chefe.
Subi os degrau e entrei então na Casa Forte, onde o Amadeu Oliveira (irmão do Camilo), o Helder Baeta e o Fernando da Silva Alves, se encontravam a contar e arrumar notas que de seguida iriam para a parte da Casa Forte, restrita ao Tesoureiro-Chefe e que estava dividida do sítio em que eles estavam por uma grade. Foi essa grade que eu me ofereci ao Sr. Oliveira , que confiava em mim e me deixava lá entrar, para abrir e retirar o numerário necessário, pois nessa época, estava vazio o lugar de Sub-Tesoureiro, pela saída do Camilo Oliveira. Entrei nessa parte, fechei a grade à chave e contei o dinheiro que era necessário para a Maria Juliana Matos e quando já estava pronta para sair e voltar a fechar a grade, eis que aparece na Casa Forte o Julio Manuel Pessoa Seabra, perguntando quem dali iria nesse ano de "Licença Graciosa" Respondi-lhe que ía eu no final de Maio e ele afirmou..."já não vais, porque houve um golpe de Estado no Puto" (palavra muito usada para definir Portugal) e que já não iria ninguém.
Aí penso que o meu coração bateu tão forte, que acordei desse sonho e caí em mim. Não era senão um sonho e voltei a ver-me com os meus 61 anos e não com os 28 de 1974, em Portugal, já sem carreira bancária, caindo na real.
No entanto já bem acordada, relembrei que nesse ano de 1974, ainda vim de "Licença Graciosa" por 4 meses, que todos os meses ia ter com o Sr. Anibal Barbosa e com a D. Maria Alice, para ir receber, na Rua de S. Nicolau em Lisboa e que regressei a Angola nos primeiros dias de Outubro daquele ano, onde permaneci até 27 de Julho de 1975, donde saí para n/etapas da m/vida em Portugal, onde ainda foram algumas e bem diferentes do meu cargo de bancária.
Para mim foi bom, recordar estes sítios e estes colegas amigos, que sempre o foram para mim. Mas agora, bem acordada, tomei conciência de que foi mais um sonho bom,para recordar velhos tempos. Espero, ter aberto também um pouco das v/lembranças, que não passou de
UM CARTAZ DE MUITAS DAS MINHAS MEMÓRIAS.
ILDA SIMÕES.
Reportava-se ao ano de 1974 e esse sonho era mais um trajecto de uma parte do meu percurso de vida, nessa altura ainda, no BCA.
E vou então relatá-lo:
No meu sonho estava a entrar no Edíficio Sede do BCA. Entrei pela porta principal, onde se encontrava o Sr. Plácido da Nova, um dos pioneiros do
BCA, que se apressou a abrir-me a porta , com a sua deferência habitual.
Como muitos de vocês sabem, ou pelo menos, penso que recordam, no ano de 1974, a meu pedido, fui colocada por 6 meses na Tesouraria, onde em conjunto com o Eduardo Trindade, fazíamos o fecho geral diário da mesma. Entrei então pelo lado direito das instalações e comecei por cumprimentar a Maria Antónia P.Carvalho, mais tarde, também Paiva, pelo s/casamento com o Agnelo Paiva, a Miraldina e a Manuela Brito Loureiro, 3 das colegas da Secção de "Abertura de Contas", que se encontravam a preparar documentação para mais um dia em que iriam, certamente, arranjar mais uma ou duas dezenas de clientes, ou não tivessem elas sido escolhidas para essa Secção, pela s/boa apresentação, simpatia e comunicabilidade.
Andei um pouco mais e dei um aperto de mão ao Jorge Estevão, Chefe da Secção de Metrópole e Ultramar, que trocava impressões com o César João Rodrigues Augusto, com o Rui E. Sampaio e o Amâncio Coelho Ezequiel de Almeida. O Telmo Tavares de Matos iniciava o seu dia, falando com o António José Feijão Fontoura, com a Adelaide e a Maria Madalena Vilamariz Martins da Fonseca. O Herculeano do Quental Gouveia falava com a Lina Maria Carvalho Vieira e a todos cumprimentei, sorridente, com a alegria própria dos meus 28 anos e o conhecimento com todos , que me era trazido dos meus 12 anos de serviço na Secção de Pessoal, onde não havia quem eu não conhecesse, pois todos passavam por lá, antes de serem colocados.
Fui então cumprimentar o meu Chefe, na altura, o Sr. Angelo António da Silva Oliveira, Tesoureiro Chefe do BCA, o Trindade que já me esperava, sempre bom colega e de trato agradável para todos e para mim , além disso um bom professor de todo o trabalho da Tesouraria.
Já sentada na minha secretária (tinha ido substituir a Ilda Mendes, que se casara com o n/Director Joaquim do Carmo Amaral), olhei à minha frente e dei por mim a cumprimentar com um aceno de cabeça, o Fernando Cruzeiro e o Carlos Insua Gonçalves. O Joaquim Oliveira e o Delfim Alberto Nunes Beirão, que vinham da Casa Forte com os seu Baús, passaram por mim e foram eles a cumprimentar-me. Também dei um olá rápido ao J.Martins dos Santos, sempre com o cuidado que o meu Chefe não me chamasse a atenção, uma vez que estava na Tesouraria há muito pouco tempo e nas minhas novas funções, queria deixar boa impressão, como era de meu feitio e profissionalismo.
Já com tabalho entre mãos, olhei para a Secção de Estrangeiro onde o Sr. Mariano, Chefe dessa Secção, falava com o José Maria Pereira de Lima e com o Armando de Jesus Inácio. O George Barendse falava com o José Eduardo Alves Pacheco e a Katia, já batia à máquina o seu primeiro trabalho do dia, tal como a Manuela. O António M. Santiago Duarte e o Carlos Alberto Santiago dos Reis estavam a falar. Não sei se a conversa era de serviço ou se estavam a comentar o resultado do jogo de Basquetebol que tinha sido na noite anterior e com o resultado favorável aos n/colegas do BCA.
Lá no fundo da sala , mas que se via perfeitamente bem da Tesouraria, laboravam já as Secções de Depósitos e Posições e os seus Chefes, Fernando Sarmento e António Abrantes Castanheira, ladeados pelo Fernando da Silva Serra e pelo João Nuno de Castro e Paiva (irmão do Agnelo e do Rogério) . A seguir estavam os Mecanógrafos das máquinas NCR32, que já batiam os seus primeiros lançamentos do dia, fazendo talvez, como era uso deles regatas, para verem quem lançava mais, o que além de desembaraçar o trabalho, fazia com que alguns sobressaíssem de outros e fossem mais tarde premiados por isso, com uma promoção. Entre muitos lembro-me Rogério do Paço Afonso e outros.
Quando a "Caixa" Juliana veio pedir uma importância grande, para fazer os pagamentos dos vencimentos dos empregados da firma Cunha & Irmão, n/grande cliente, eu ofereci-me logo ao Sr. Oliveira, para ir eu à Casa Forte buscar aquele montante a fim de que ele já um pouco entrado na idade, não se cansasse, nem tivese de se levantar. Agradeceu-me todo contente e deu-me um molhe de chaves que pareciam as de S.Pedro. Disse-me quais as que tinha de usar e lá fui eu toda satisfeita por ir fazer aquele pequeno favor ao m/Chefe.
Subi os degrau e entrei então na Casa Forte, onde o Amadeu Oliveira (irmão do Camilo), o Helder Baeta e o Fernando da Silva Alves, se encontravam a contar e arrumar notas que de seguida iriam para a parte da Casa Forte, restrita ao Tesoureiro-Chefe e que estava dividida do sítio em que eles estavam por uma grade. Foi essa grade que eu me ofereci ao Sr. Oliveira , que confiava em mim e me deixava lá entrar, para abrir e retirar o numerário necessário, pois nessa época, estava vazio o lugar de Sub-Tesoureiro, pela saída do Camilo Oliveira. Entrei nessa parte, fechei a grade à chave e contei o dinheiro que era necessário para a Maria Juliana Matos e quando já estava pronta para sair e voltar a fechar a grade, eis que aparece na Casa Forte o Julio Manuel Pessoa Seabra, perguntando quem dali iria nesse ano de "Licença Graciosa" Respondi-lhe que ía eu no final de Maio e ele afirmou..."já não vais, porque houve um golpe de Estado no Puto" (palavra muito usada para definir Portugal) e que já não iria ninguém.
Aí penso que o meu coração bateu tão forte, que acordei desse sonho e caí em mim. Não era senão um sonho e voltei a ver-me com os meus 61 anos e não com os 28 de 1974, em Portugal, já sem carreira bancária, caindo na real.
No entanto já bem acordada, relembrei que nesse ano de 1974, ainda vim de "Licença Graciosa" por 4 meses, que todos os meses ia ter com o Sr. Anibal Barbosa e com a D. Maria Alice, para ir receber, na Rua de S. Nicolau em Lisboa e que regressei a Angola nos primeiros dias de Outubro daquele ano, onde permaneci até 27 de Julho de 1975, donde saí para n/etapas da m/vida em Portugal, onde ainda foram algumas e bem diferentes do meu cargo de bancária.
Para mim foi bom, recordar estes sítios e estes colegas amigos, que sempre o foram para mim. Mas agora, bem acordada, tomei conciência de que foi mais um sonho bom,para recordar velhos tempos. Espero, ter aberto também um pouco das v/lembranças, que não passou de
UM CARTAZ DE MUITAS DAS MINHAS MEMÓRIAS.
ILDA SIMÕES.
Huau! não posso dizer mais nada, depois de trinta e tal ainda te lembras de tanta coisa. Os meus parabéns. Para a semana vou sair de circulação e só volto em Agosto, vou de férias e também vou uns dias aos Açores, depois dou noticias. Desejo que recuperes rápido, um beijinho e um abraço ao Luís.
ResponderEliminarComo diz o Caldeira, parabéns ILDA
ResponderEliminarpor essa memória tão fresca. Já lá vão alguns anos e como a sua prosa nos faz lembrar como se fosse um filme todos aqueles nomes e espaços. Parabéns ILDA e obrigado pela recordação.
Ilda no seu melhor!
ResponderEliminarBeijinhos meus, da Ana e da Luisa, que delegam em mim o trabalho de escrita mas que vão acompanhando o nosso blog.
Ufa!!!!!!!!!!
ResponderEliminarJá todos disseram o que havia a dizer.
A Ilda é com certeza alguem a quem o PDI (perdoa-me a espressao) nao atingiu.
Um grande abraço
Mario
Olá Colegas,
ResponderEliminarPara todos obrigado, pelo elogio.
Para o Mário, deixei de conseguir entrar no teu mail, será que o mudaste?
Será que deixaste de ser o sympatico?
Obrigado pelo teu comentário.
Fiquei vaidosa, com o teu e o dos outros colegas.
MIL BEIJINHOS PARA TODOS SEM EXCEPÇÃO.
Amiga Ilda
ResponderEliminarRealmente é preciso ter muita cabeça, para te lembrares de tudo ao pormenor.
Tenho a certeza que, com o relembrar dos nomes daquela malta toda, nossa conhecida (aqueles que trabalharam na Sede) fizeste reavivar muitas memórias. como diz o Mário Vaz, o PDI, atacou-nos a todos, mas a ti, passou ao lado. Eu agora, no RLD há 15 anos, já muitos episódios me passam despercebidos.
PARABÉNS, pela tua história real, que começaste por dizer que era um sonho...
um beijinho e um abraço ao teu marido
Nao Ilda
ResponderEliminarO meu e-mail continua a ser o mesmo
mario.vaz@sympatico.ca
Um abraço
ESCREVE UM BCA -1969-1979 É VERDADE!!!E UM SOTTOMAYOR-79-2000:
ResponderEliminar"Que me quereis perpetuas saudades?
Com que esperanças ainda me enganais?
Que o tempo que passou não torna mais
E,se torna,não tornam as idades."
etc.etc.
(Camões)