Ao terminar a leitura pausada de “O erro de Descartes”, do Prof. António Damásio, retive, entre outras, uma conclusão que desfez uma dúvida que me acompanhava desde a fase adulta: “as emoções fazem parte do raciocínio, mas quando exageradas destroem-no”.
Vem isto a propósito do arrepio que me atravessa a alma sempre que desaparece para sempre um amigo ou amiga de longa data.
E ao ler no nosso Blogue, ou nas mensagens entre Companheiros, a notícia da partida sem retorno de mais um dos nossos - fria mas necessariamente registada na base de dados que vai estiolando - presto em oração silenciosa um preito à sua memória; mas consigo sublimar a tristeza desses momentos, não através do fatalismo ou da morbidez, mas da serena e controlada emoção que a crença na Vida acaba por trazer para o plano racional.
Tenho por “assassina” a frase comum que parece ser a petrificação da vontade, o anúncio da inércia ou a extinção do estímulo: chegámos à terceira idade, ou mesmo à quarta idade…como quem diz que não podemos mais progredir e só nos cabe olhar para trás, como que acomodados para a eternidade.
Prefiro, meus caros Companheiros, chamar-lhe a idade de ouro, tal como as Pousadas de Portugal qualificam ( e não classificam ) os seus clientes na faixa dos 65 anos. Inteligentemente.
A esperança de vida continua a aumentar. Vive-se mais, mas é preciso acrescentar qualidade a essa vida, mantendo o corpo e a mente sãos. Já educámos gerações; ocupemos outros ofícios ou artes menos exigentes, continuemos diligentes nas solidariedades, cultivemos “hobbies”, cuidemos melhor da saúde – porque os sentidos vão pregando partidas e as feridas são agora mais difíceis de cicatrizar. Combatamos a inactividade e exercitemos a memória, recusando a solidão, mantendo a nossa autonomia.
Sublimemos, pois, as emoções e as angústias na racionalidade de um conceito aparentemente simples: o que é feito do nosso futuro ?
Por outras palavras: NÃO SE REFORMEM DA VIDA !
Vem isto a propósito do arrepio que me atravessa a alma sempre que desaparece para sempre um amigo ou amiga de longa data.
E ao ler no nosso Blogue, ou nas mensagens entre Companheiros, a notícia da partida sem retorno de mais um dos nossos - fria mas necessariamente registada na base de dados que vai estiolando - presto em oração silenciosa um preito à sua memória; mas consigo sublimar a tristeza desses momentos, não através do fatalismo ou da morbidez, mas da serena e controlada emoção que a crença na Vida acaba por trazer para o plano racional.
Tenho por “assassina” a frase comum que parece ser a petrificação da vontade, o anúncio da inércia ou a extinção do estímulo: chegámos à terceira idade, ou mesmo à quarta idade…como quem diz que não podemos mais progredir e só nos cabe olhar para trás, como que acomodados para a eternidade.
Prefiro, meus caros Companheiros, chamar-lhe a idade de ouro, tal como as Pousadas de Portugal qualificam ( e não classificam ) os seus clientes na faixa dos 65 anos. Inteligentemente.
A esperança de vida continua a aumentar. Vive-se mais, mas é preciso acrescentar qualidade a essa vida, mantendo o corpo e a mente sãos. Já educámos gerações; ocupemos outros ofícios ou artes menos exigentes, continuemos diligentes nas solidariedades, cultivemos “hobbies”, cuidemos melhor da saúde – porque os sentidos vão pregando partidas e as feridas são agora mais difíceis de cicatrizar. Combatamos a inactividade e exercitemos a memória, recusando a solidão, mantendo a nossa autonomia.
Sublimemos, pois, as emoções e as angústias na racionalidade de um conceito aparentemente simples: o que é feito do nosso futuro ?
Por outras palavras: NÃO SE REFORMEM DA VIDA !
Luís Teixeira da Mota
Luís,
ResponderEliminarFinalmente, chegou a "concorrência". Já estava a sentir-me um bocado "isolado"...
Bom texto! Continuas em forma! Parabéns!
Abraço do
BL
NÃO SE REFORMEM DA VIDA !
ResponderEliminarÉ, sem dúvida, um recado actual.
Insistir numa actividade serena mas com responsabilidade ou num passatempo, nem sempre conseguido, mas que dê prazer, são ingredientes que ajudam a transformar a rotina num exercício permanente de corpo e alma que nos faz viver.
Sempre a considerá-lo !
PALAVRAS MAGNÍFICAS
ResponderEliminarÉ o que acontece comigo, nunca me hei-de reformar da "vida".
Continuo com uma actividade intensa (trabalho mais horas do que no Banco) mas sinto-me "vivo".
A terceira ou a quarta idade, é tudo uma questão de aceitação de quem tem um pouco mais de 50 e renuncia ter objectivos ou metas a atingir, eu não aceito essa "imposição".
É certo Dr. (ou) Teixeira da Mota se me permite, que as feridas agora, são mais difíceis de cicatrizar, mas tomemos o exemplo das OSTRAS, se não fossem as suas feridas cicatrizades não tinhamos as magníficas pérolas.
Palavras sábias, meu amigo, tens razão, nunca me vou reformar da vida.
Um abraço e obrigado
Amigo Teixeira da Mota,
ResponderEliminarEstive fora uns dias e só esta noite (madrugada), estou a ver o que há de novo no nosso Blogue e
deparei-me com este teu magnifico texto, que muito me agradou
e penso que também não me irei reformar da vida tão depressa, em-
bora eu ainda não esteja reformada,
penso continuar a vivê-la da melhor maneira, tal como agora já o faço, também depois da Reforma, com vida e saúde, de modo ágil,
c/boa disposição, sempre pronta para quem necessitar de mim e entre
amigos
Vamos a ver se, o que me vai na mente, consiga ser concretizado.
Parabéns pelo teu texto que achei
lindo.
Um grande beijo da tua sempre amiga.Ilda Simões.
Olá
ResponderEliminarSou a Lígia das Fianças. Alguém se lembra? Pois foi com agrado que li algumas mensagens trocadas entre antigos colegas e vi fotos recordando outros tempos...
Mas como diz o Teixeira da Mota (segundo creio era um jovem alto e simpático?!) e que, há dias, acaba de fazer neste blog uma belíssima proposta de vida. Não se reformem da vida! Gostei muito de ler esta proposta.
E vai mais longe – apela ao exercício da solidariedade (pois eu cá também penso que o exercício da solidariedade aumenta as batidas do coração, dilui ansiedades ou amarguras, ensina a compreender e a amar o outro e... como o coração fica junto do timo a glandulazinha que regula o sistema imunulógico, logo se ela estiver activa teremos mais defesas, mais saúde, mais alegria e é por isso (também) que vemos as pessoas (da idade de ouro e não só) a fazer voluntariado e em vez de ficarem cansados, ficam mais jovens, cheios de energia e ricos de experiências e conhecimento. ( A propósito visitem o site: casadocaminho.pt e façam-se sócios)
E... quanto ao erro de Descartes, espero não errar também separando o corpo da alma mas, pelo contrário, festejar o casamento de D.Razão e do Sr. Coração. Se enquanto trabalhadores activos nos faltava tempo para meditar sobre questões fundamentais da vida, enquanto reformados (não da vida mas do trabalho quotidiano e rotineiro) temos tempo e muito caminho p\ra andar, especialmente se esse caminho está tão perto de nós – pois trata-se, em primeiro lugar, do nosso interior - do auto-conhecimento.
Mas o começar é pelas coisas mais simples do nosso dia-a-dia, como sejam as necessidades mais básicas: o que devo comer para me sentir melhor? Que passeios a pé vou percorrer? Que hábitos nocivos decido pôr de lado para não prejudicar a mim próprio e aos outros? O que tenho para ensinar aos meus netos e a tantas outras crianças para enriquecer a sua qualidade vida? E...como posso ser útil numa estrutura social mais ampla? Todos estes afazeres (e mais a ginástica do arrumar a casa, fazer compras, cozinhar etc. etc..) são meios de crescimento que nos transformam em seres mais completos.
Com tanto para fazer, ninguém vai ter hipótese de se reformar da vida. Tem toda a razão querido colega e obrigada.
Graças a Deus que as motivações e os objectivos não nos faltam!
Mãos à obra porque estamos aqui de passagem e a vida é uma viagem...
Um abraço para todos.
Lígia
Olá Lígia,
ResponderEliminarAchas que era possível esquecer uma das primeiras pessoas que víamos logo à entrada do nosso
Ex-BCA?
Além disso quero dizer-te que gostei muito do teu texto e de saber notícias tuas.
Já fiz uma visita à "casadocaminho" e, como espero ver-te no dia 19 de Maio, não era má ideia levares algumas Fichas de Inscrição. Tenho a certeza que não faltavam gestos de solidariedade!
Um grande beijo.