Enquanto não aparece a bem vinda, necessária e saudável “concorrência”, resolvi escrever mais umas linhas, no nosso blogue.
Nesta tarde bonita, que convidava ao passeio, atravessámos a rua e entrámos no Metro. Lá fomos, eu e a Alice, comodamente sentados, sem nos preocuparmos com as complicações de trânsito que a essa hora se sentiriam no exterior. É uma forma agradável de viajar, lendo o jornal que a empresa oferece aos utentes, ou observando quem entra e quem sai, quem conversa com a companhia que leva, ou quem fala ao telemóvel, em tom pouco discreto (e que assuntos às vezes partilhamos sem querer).
Neste momento, ando a tratar de documentação, para receber do Millenium BCP, o complemento de reforma, a que tenho direito, pelo tempo de empregado bancário, no grupo BPA.
Feitas estas diligências, saímos do Sindicato em direcção aos Restauradores, passando depois pela bela Praça dita do Rossio onde apreciámos a monumentalidade da Estação ferroviária da mesmo nome (agora de cara lavada), a beleza do Teatro D. Maria II, e o fervilhar de vidas que por ali vão passando ou estando.
Chegámos ao Largo Martim Moniz, que já faz parte da chamada “mouraria”, que, como o nome indica, era zona de mouros, que ao longo dos séculos, pela força ou pelo jeito, se foram tornando cristãos. De há anos a esta parte tem sido repovoada por outros povos, principalmente asiáticos e africanos, que pulverizam numa vasta actividade comercial, trazendo-nos as fragrâncias e aromas das especiarias de outros tempos. Aqui apanhámos o eléctrico nº 12 em direcção ao Castelo de S. Jorge. Pelo caminho, fomos observando as habitações antigas, com as características "águas-furtadas", deste bairro típico lisboeta, entre elas as da rua do Capelão, da Severa e do fado, hoje habitadas, na sua maior parte por lisboetas idosos.
O revisitar ruas por onde há muito não passava, fez destes poucos minutos uma pequena viagem de recordações dos meus anos mais frescos. Na Calçada dos Cavaleiros, lá estava o local de trabalho do meu avô paterno, uma entrada baixinha num prédio também baixinho, estreito e centenário, onde ele permanecia sentado, à espera do próximo eléctrico, para operar a “agulha”. Tinha a profissão de agulheiro da Carris, e isto passava-se na primeira metade do século passado, quando o percurso do eléctrico terminava em São Tomé.
Chegados ao Castelo constatámos que, contrariamente ao que a minha memória registava, hoje era necessário “pagar para ver”. Bem visível havia um cartaz que exibia os preços de ingresso. Mais uma vez “os tramei”, porque me incluía nas excepções, e por isso não paguei nada. Às vezes o ser “idoso”, tem destas vantagens!
Do alto das ameias desfruta-se um panorama soberbo, que nos transporta, na outra margem, desde Alcochete até à Trafaria, e a nossos pés a querida cidade de Lisboa, que com o rio mantém uma relação de namoro que não esmorece desde há muitos séculos.
Foi uma tarde bem passada. Venham conhecer Lisboa !
Nesta tarde bonita, que convidava ao passeio, atravessámos a rua e entrámos no Metro. Lá fomos, eu e a Alice, comodamente sentados, sem nos preocuparmos com as complicações de trânsito que a essa hora se sentiriam no exterior. É uma forma agradável de viajar, lendo o jornal que a empresa oferece aos utentes, ou observando quem entra e quem sai, quem conversa com a companhia que leva, ou quem fala ao telemóvel, em tom pouco discreto (e que assuntos às vezes partilhamos sem querer).
Neste momento, ando a tratar de documentação, para receber do Millenium BCP, o complemento de reforma, a que tenho direito, pelo tempo de empregado bancário, no grupo BPA.
Feitas estas diligências, saímos do Sindicato em direcção aos Restauradores, passando depois pela bela Praça dita do Rossio onde apreciámos a monumentalidade da Estação ferroviária da mesmo nome (agora de cara lavada), a beleza do Teatro D. Maria II, e o fervilhar de vidas que por ali vão passando ou estando.
Chegámos ao Largo Martim Moniz, que já faz parte da chamada “mouraria”, que, como o nome indica, era zona de mouros, que ao longo dos séculos, pela força ou pelo jeito, se foram tornando cristãos. De há anos a esta parte tem sido repovoada por outros povos, principalmente asiáticos e africanos, que pulverizam numa vasta actividade comercial, trazendo-nos as fragrâncias e aromas das especiarias de outros tempos. Aqui apanhámos o eléctrico nº 12 em direcção ao Castelo de S. Jorge. Pelo caminho, fomos observando as habitações antigas, com as características "águas-furtadas", deste bairro típico lisboeta, entre elas as da rua do Capelão, da Severa e do fado, hoje habitadas, na sua maior parte por lisboetas idosos.
O revisitar ruas por onde há muito não passava, fez destes poucos minutos uma pequena viagem de recordações dos meus anos mais frescos. Na Calçada dos Cavaleiros, lá estava o local de trabalho do meu avô paterno, uma entrada baixinha num prédio também baixinho, estreito e centenário, onde ele permanecia sentado, à espera do próximo eléctrico, para operar a “agulha”. Tinha a profissão de agulheiro da Carris, e isto passava-se na primeira metade do século passado, quando o percurso do eléctrico terminava em São Tomé.
Chegados ao Castelo constatámos que, contrariamente ao que a minha memória registava, hoje era necessário “pagar para ver”. Bem visível havia um cartaz que exibia os preços de ingresso. Mais uma vez “os tramei”, porque me incluía nas excepções, e por isso não paguei nada. Às vezes o ser “idoso”, tem destas vantagens!
Do alto das ameias desfruta-se um panorama soberbo, que nos transporta, na outra margem, desde Alcochete até à Trafaria, e a nossos pés a querida cidade de Lisboa, que com o rio mantém uma relação de namoro que não esmorece desde há muitos séculos.
Foi uma tarde bem passada. Venham conhecer Lisboa !
B.Lopers,
ResponderEliminarGrande passeio amigos Borges Lopes e Alice.
Já fiz o paseio ao Castelo de S.Jorge, bem bonito, para o mostrar às minhas netas.
Aliás fiz vários com elas, um dos quais foi feito quase como o vosso.
Numas férias há 4 ou 5 anos, iniciámos com elas uma pequena viagem com inicio no autocarro da Empresa, onde presto serviço (TST)
de Sesimbra a Cacilhas e aí ficaram a conhecer o autocarro e a sua viagem. A seguir atravessámos o Tejo, no Cacilheiro e viram como era uma viagem num transporte fluvial. De seguida apanhámos o comboio e fomos até Coimbra, para
conhecerem a viagem de comboio e irem ver o "Portugal dos Pequeninos" com o regresso igual.
Ficaram encantadas e a mais nova, na altura, bem pequenita, ia toda entusiasmada, pois era a primeira vez que andava naqueles transportes. E nós, Avós, todos babados por lhes termos proporcionado aquele passeio que lhes foi tão agradável.
Na ida ao Castelo de S.Jorge, nessa altura, ainda nada se pagava.