sábado, 5 de maio de 2007

Para que os Sapatos não pareçam tão sujos...

Reflexões

1º Sapato – Nem sempre culpámos os outros...

Nunca vos aconteceu sentirem-se culpados?
Arrependerem-se logo a seguir a uma atitude insensata ou uma frase precipitada?
Às vezes tenho dificuldade em adormecer e penso com insistência:
“Se soubesse não teria dito...” “Se pudesse não teria feito...”
Não é necessário apregoar os nossos defeitos. A consciência encarrega-se dessa tarefa.
O arrependimento é coisa que existe e é consequência da culpa.

2º Sapato – É dado adquirido que o sucesso não é sinónimo de trabalho...

Quem não verificou através da experiência que este sapato é real?
Com o devido respeito, o trabalho será sempre uma forma de realização e de satisfação pessoal, tornando-se uma via de sucesso apenas quando associado a um conjunto de factores difíceis de alcançar.

3º Sapato – A crítica às vezes é amiga...

Depende da crítica e do seu estilo.
A crítica, se carregada de maldade, provoca sempre mal-estar e uma reacção antagónica.
Pensemos nela como debate de ideias ou uma discussão no bom sentido.
Ajuda a desenvolver o raciocínio e elimina algumas fronteiras.

4º Sapato – Palavras doces suavizam algumas realidades...

As realidades más existem e a confrontação é bem mais frequente do que seria de supor.
O eufemismo ajuda a amenizar a dureza de uma realidade que não pode ser anulada.
Dói mais um grito que uma notícia triste murmurada ao ouvido...

5º Sapato – Ser pobre é apenas circunstância...

Ser pobre não é defeito. É circunstância.
É mais rica a verdade da pobreza que a aparência de um culto que não tem consistência.
Depressa se estala o verniz e cai a nódoa... É mais ridículo que ser pobre!

6º Sapato - Eu não acredito neste sapato...

Ninguém é passivo perante a injustiça. Reagimos, mesmo quando só nos pisam o pé!
Temos sempre a nossa solução, mais ou menos viável, só nos falta a condição...

7º Sapato – Tem coisas boas e coisas más...

Porque não imitar as coisas boas?

2 comentários:

  1. .

    Breves considerações, em duas linhas:


    1 - Sapato - A ideia de que os culpados são sempre os outros.

    Há muito “autodefesa” nata. – “Atropelei um peão na passadeira mas não tive culpa, o chão é que estava molhado" !

    2 - Sapato - A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.

    Eu diria: O sucesso respeitado é adquirido com o
    trabalho sério.

    3 - Sapato - O preconceito de quem critica é um inimigo.

    Na crítica, o melhor mesmo, é conhecer bem as motivações do Crítico.

    4 - Sapato - A ideia de que mudar as palavras muda a realidade.

    Por vezes muda. Uma ‘pessoa rica’ não quer dizer que seja uma ‘rica pessoa’.

    5 - Sapato - A vergonha de ser pobre e o culto das aparências.

    Entre os “pobres materiais" e os "pobres de espírito", convivo melhor com os primeiros.

    6 - Sapato - A passividade perante a injustiça.

    Muita gente encolhe os ombros. Não reage. " É o destino...” como diz o "portuga".

    7 - Sapato - A ideia de que, para sermos modernos, temos que imitar os outros.

    Quantas compras de "inutilidades" se fazem, só para se estar na "moda", retirando até à própria "boca"?

    Um abraço,

    BL

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  2. Era isto que eu queria ter respondido à Severa. Mas o meu poder de síntese não me ajudou durante estes dias. E fiquei à espera que algo aparecesse...
    Penso que a Severa terá dado uma interpretação um pouco diferente da minha e da do Borges Lopes ao conteúdo de cada um dos sapatos e daí o que, com todo o direito, escreveu.
    Por exemplo, o facto de alguém se sentir "incomodado" por algo que disse/fez, achando até que foi menos justo, não é o mesmo que, perante uma adversidade, culpar a passadeira, que, mesmo que o chão não estivesse molhado, não devia sequer estar ali...
    Beijinhos,
    Julieta

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