É certo que a descolonização já passou há muitos anos, mas as lembranças que temos dessa época e do passado anterior, essas parece que passaram ontem como um filme, muito depressa. E se pensarmos rapidamente encontramos histórias do nosso dia a dia tão interessantes que é pena serem guardadas na memória
Quando trabalhei na dependência de S. Paulo em Luanda, tinha um colega infelizmente já desaparecido chamado Belmiro Ferreira Pinto. Era uma figura muito querida por todos que o conheciam, muito polémico em gastos, só gastava o indispensável e necessário furtando-se sempre ao supérfluo. Das muitas situações que assisti tenho uma que entendo como das melhores, mais engraçadas e curiosas.
Um belo dia apareceu na dependência um casal que queria falar com o Belmiro. Recebeu-os numa pequena sala de estar da dependência e aí estiveram bastante tempo a conversar. Sabíamos que o casal vinha falar com o Belmiro para lhe tentar vender um andar e começamos a ficar admirados com a demora, pois sempre que alguém o abordava para vendas, era rápida a conversa, mas nesta não.
Mais de uma hora depois, o Belmiro muito sorridente despediu-se do casal com um sorriso muito aberto, acompanhou-os à porta e despediu-se. Perguntamos-lhe se tinha comprado algum andar e ele disse que não, sorriu e foi trabalhar.
No dia seguinte apareceram novamente na dependência os mesmos senhores acompanhados de mais duas pessoas, entraram para a pequena sala e o Belmiro foi ter com eles levando alguns papéis. Estiveram a falar bastante tempo, sempre com sorrisos, vimos que houve assinaturas em vários papéis e dissemos uns para os outros, pronto já deram a volta ao Belmiro.
Acabada a reunião os promotores saíram, despediram-se e foram à vida. Aqui perguntamos: Então Belmiro quanto custa a casa. Riu-se e com o ar mais natural do mundo fez este comentário, comprei uma casa! Só se estivesse maluco! Vendi foi um terreno.
Foi um facto que aconteceu, do qual me lembro e que merece ser recordado até para lembrar este colega infelizmente falecido.
Quando trabalhei na dependência de S. Paulo em Luanda, tinha um colega infelizmente já desaparecido chamado Belmiro Ferreira Pinto. Era uma figura muito querida por todos que o conheciam, muito polémico em gastos, só gastava o indispensável e necessário furtando-se sempre ao supérfluo. Das muitas situações que assisti tenho uma que entendo como das melhores, mais engraçadas e curiosas.
Um belo dia apareceu na dependência um casal que queria falar com o Belmiro. Recebeu-os numa pequena sala de estar da dependência e aí estiveram bastante tempo a conversar. Sabíamos que o casal vinha falar com o Belmiro para lhe tentar vender um andar e começamos a ficar admirados com a demora, pois sempre que alguém o abordava para vendas, era rápida a conversa, mas nesta não.
Mais de uma hora depois, o Belmiro muito sorridente despediu-se do casal com um sorriso muito aberto, acompanhou-os à porta e despediu-se. Perguntamos-lhe se tinha comprado algum andar e ele disse que não, sorriu e foi trabalhar.
No dia seguinte apareceram novamente na dependência os mesmos senhores acompanhados de mais duas pessoas, entraram para a pequena sala e o Belmiro foi ter com eles levando alguns papéis. Estiveram a falar bastante tempo, sempre com sorrisos, vimos que houve assinaturas em vários papéis e dissemos uns para os outros, pronto já deram a volta ao Belmiro.
Acabada a reunião os promotores saíram, despediram-se e foram à vida. Aqui perguntamos: Então Belmiro quanto custa a casa. Riu-se e com o ar mais natural do mundo fez este comentário, comprei uma casa! Só se estivesse maluco! Vendi foi um terreno.
Foi um facto que aconteceu, do qual me lembro e que merece ser recordado até para lembrar este colega infelizmente falecido.
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ResponderEliminar"Cá está..." (como diria o Pôncio...):
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Uma história simpática que descreve um colega nosso, numa situação imprevista (pelos colegas) e relembrada com carinho e saudade.
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Estas histórias são muito bem vindas, ao nosso blog, pois relacionam-se directamente com a nossa "Grande Família dos BCA's".
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BL
isto vai lá!!!
ResponderEliminarcom calma , mas vai. E com a pachorra do B.L. decerto que vai dar certo.Um abraço.
Caldeira.
ResponderEliminarEstá é uma história que retrata o espírito de alguns colegas do BCA, isto são recordações da nossa "família". Obrigado
Amândio,
ResponderEliminarOutros como o Belmiro, que conheci muito bem, não tão agarrados ao dinheiro, mas muito agarrados a Angola, foram comprando 2 terrenos num Bairro a seguir ao Cemitério da Estrada de Catete, que penso se chamava Terra Nova, para aguardar que a Câmara os legalizasse, para lá fazerem uma Vivenda geminada, uma para eles (meus sogros) e outra para nós. Também c/a mania que não queria morrer e ser enterrado debaixo do chão (tinha horror a isso), comprou um jazigo de família no Cemitério da Estrada de Catete, com 6 lugares, destinados a ele, à mulher, ao filho, a mim e ao m/filho e ainda um 6º.lugar para um possível filho que eu pudesse vir a ter, o que nunca aconteceu. Também a Casa onde viviamos era deles, c/a loja de Comércio misto à frente (Metade mercearia e a outra metade loja de fazendas. A parte da Mercearia tinha sido remodelada 2 anos antes de regressarmos a Portugal, c/balcões frigorificos ultra modernos, feitos na firma Marecos. E contràriamente ao Belmiro, as únicas coisas que conseguiu trazer foi ele próprio, o neto (Zoca) e o papagaio (Jacob),
únicos insentivos que o obrigaram a vir para Portugal, onde acabou por morrer atropelado, deixando lá todos os seus haveres e como na altura não haviam jazigos à venda teve de ser enterrado no Cemitério do Alto de S.João. Ao fim de 5 anos, quando se tentava levantar a s/ossada, chegaram à conclusão que tinha que lá ficar mais outros 5 anos, porque não estava em condições de ser levantado e para quem tinha horror a ir para debaixo da terra, teve de lá ficar por 10 anos e tudo isto porque por ele não querer vir para Portugal e nunca se ter adaptado de novo à s/terra, perdendo tudo quanto tinha em Angola. Coisas da vida., que aconteceu a muita gente.
É uma história um pouco triste, mas consegue ser o contrário do que aconteceu ao n/falecido Belmiro.
Um abraço. Ilda