Todos nos lembramos do selo de Povoamento. Ele perseguia-nos a toda a hora e em qualquer local. E não havia documento ou acto que não estivesse a ele subjugado. Havia selos de diversos valores.
Confesso que ao contrário do que hoje se passa comigo, naquele tempo eu via com bons olhos o pagamento daquele selo porque "sentia-se" que Angola estava em crescimento e os nossos impostos eram bem aplicados (pelo menos aparentemente).
São eles, os selos de Povoamento, os protagonistas da história (real) que vou relatar e de que, estou convencido, quase todos se recordarão.
Em 1973 (se o ano não me atraiçoa) foi detectada no BCA um fraude com cheques, que procurarei relatar o mais fielmente possível.
Como é evidente, um cheque “PAGO” não pode ser objecto de novo pagamento. A não ser por métodos fraudulentos.
E para não haver dúvidas, como sabemos, o cheque pago era carimbado como tal e de forma bem legível, normalmente com a menção "PAGO e data de pagamento" (estou a situar-me nos métodos que antecederam as novas tecnologias, como é obvio).
Então em que consistiu a fraude com os cheques pagos no BCA?
Os cheques estavam sujeitos a selo de Povoamento e eram selados no verso. Ao certo não me recordo qual era o correspondente montante. Mas como havia selos de valores diversos era sempre possível selar o cheque com vários (parciais) perfazendo o total.
E assim, alguém no Banco se encarregava de reintroduzir cheques pagos no circuito, depois de tapar com os selos adequados o carimbo de PAGO.
E o cheque voltava a ser apresentado a pagamento sendo considerado como bom salvo se não houvesse saldo diponível na conta.
Repare-se que ao tempo os cheques não eram tratados por leitura óptica e portanto o seu lançamento em conta corrente era sempre feito nos serviços de Depósitos.
E assim foram sendo pagos segunda vez vários cheques. Até que um dia alguém se queixou do débito indevido do mesmo cheque.
A fraude acabou, como não poderia deixar de ser, por ser detectada pela Inspecção do Banco e em consequência, durante algum tempo, a Direcção dos Serviços de Organização e Produtividade foi chamada a estudar a forma de impedir que cheques pagos pudessem voltar a ser apresentados.
Fui o principal responsável por esse estudo. Sinceramente já me não recordo de qual foi a solução final. Mas sei que o maior obstáculo que tivemos que ultrapassar teve a ver com a “dificuldade” em carimbar-se o rosto do cheque em vez do seu verso. Sobretudo para os cheques de outros bancos que teriam que passar pela Câmara de Compensação.
Mas acabou por encontrar-se uma solução e talvez outros colegas possam recordá-la melhor do que eu.
São eles, os selos de Povoamento, os protagonistas da história (real) que vou relatar e de que, estou convencido, quase todos se recordarão.
Em 1973 (se o ano não me atraiçoa) foi detectada no BCA um fraude com cheques, que procurarei relatar o mais fielmente possível.
Como é evidente, um cheque “PAGO” não pode ser objecto de novo pagamento. A não ser por métodos fraudulentos.
E para não haver dúvidas, como sabemos, o cheque pago era carimbado como tal e de forma bem legível, normalmente com a menção "PAGO e data de pagamento" (estou a situar-me nos métodos que antecederam as novas tecnologias, como é obvio).
Então em que consistiu a fraude com os cheques pagos no BCA?
Os cheques estavam sujeitos a selo de Povoamento e eram selados no verso. Ao certo não me recordo qual era o correspondente montante. Mas como havia selos de valores diversos era sempre possível selar o cheque com vários (parciais) perfazendo o total.
E assim, alguém no Banco se encarregava de reintroduzir cheques pagos no circuito, depois de tapar com os selos adequados o carimbo de PAGO.
E o cheque voltava a ser apresentado a pagamento sendo considerado como bom salvo se não houvesse saldo diponível na conta.
Repare-se que ao tempo os cheques não eram tratados por leitura óptica e portanto o seu lançamento em conta corrente era sempre feito nos serviços de Depósitos.
E assim foram sendo pagos segunda vez vários cheques. Até que um dia alguém se queixou do débito indevido do mesmo cheque.
A fraude acabou, como não poderia deixar de ser, por ser detectada pela Inspecção do Banco e em consequência, durante algum tempo, a Direcção dos Serviços de Organização e Produtividade foi chamada a estudar a forma de impedir que cheques pagos pudessem voltar a ser apresentados.
Fui o principal responsável por esse estudo. Sinceramente já me não recordo de qual foi a solução final. Mas sei que o maior obstáculo que tivemos que ultrapassar teve a ver com a “dificuldade” em carimbar-se o rosto do cheque em vez do seu verso. Sobretudo para os cheques de outros bancos que teriam que passar pela Câmara de Compensação.
Mas acabou por encontrar-se uma solução e talvez outros colegas possam recordá-la melhor do que eu.
Lembro-me perfeitamente desta situação e dos conflitos gerados, naquela altura trabalhava em S.Paulo e todo o cuidado era pouco e enquanto os cheques não passaram a ser identificados correctamente e se a memória não me atraiçoa tinhamos de descolar o selo aposto no verso para ver se tinha carimbo, da mesma forma com os cheques visados porque houve um miudo reguila que apanhava os cheques no circuito, conseguia ir à Contabilidade retirar o borderaux de controlo e com um amigo no exterior voltava a por o cheque em circulação com selos de povoamento penso que 4 em cima do carimbo no verso, pois era aí que toda a identificação Bancária existia, até que um dia foi apanhado. Se bem me lembro esse miúdo trabalhava nas transferências, pois era nesta Secção que a mecânica de cheques visados era tratada.Posteriormente os cariboms incluisivé o pequeno que dizia visado passaram a ser apostos na frente do cheque. Um abraço Teixeirinha por esta lembrança
ResponderEliminarAmigo Amândio,
ResponderEliminarPenso que era mesmo com os cheques visados que as aldrabices eram mais fáceis. E era verdade, como tu dizes o "carimbo" era coberto com pelo menos quatro selos. A solução adoptada foi a de carimbar os cheques na frente mas isso exigiu o estudo de alguns pormenores de que, com pena minha, já me não recordo.
Teixeirinha, lembro-me também que a partir dessa ocasião os cheque visados passaram a ter selo branco e uma chancela de certificação, que por vinco e impressão a vermelho indicava o valor do cheque e o nº do visado aposto na parte superior do cheque na sua frente.
ResponderEliminarTeixeirinha e Amândio
ResponderEliminarTambém me lembro dest episódio, além do garoto das transferências, se não ma falha a memória, havia um graúdo da Tesouraria também metido nesse esquema e noutros e nem sequer vale a pena falar dele, pois já não está no Reino dos Vivos e que pot uma dessas vigarices (uma daquelas em que andava metido que eram várias chegou a estar preso)
Histórias do BCA. e então vou ao Blogue pôr uma de um outro Selo ou imposto que se pagava em Angola. Revejam já de seguida.Bjs.Ilda