Recebi um e-mail do Borges Lopes enviando-me notícia de uma petição que visa protestar junto da Banca contra a sua intenção de passar a cobrar um taxa – 1,5 euros – nos levantamentos feitos no Multibanco.
Escrever sobre esta matéria numa página de bancários é, naturalmente, correr o risco de ser-se olhado com desdém.
Pois que o seja, mas isso não me retira, como cidadão e cliente, o direito a pronunciar-me.
Nos últimos tempos, e de quando em vez, a notícia sobre cobrança de uma taxa de utilização do Multibanco tem sido posta a circular com regularidade e mais tarde ou mais cedo “vamos levar com ela”. Tanto mais cedo quanto a Banca está a ser, finalmente, pressionada para a não adopção de práticas concertadas e de cartel.
Para além de sabermos se o preço a cobrar é ou não justo (e cabe desde logo dizer-se que 1,5 euros é caro p'ra caraças!) coloca-se a questão prévia de sabermos se a mesma taxa é sequer aceitável. E eu sou dos que acham que não por duas ordens de razões: primeiro porque o recurso de cada um de nós ao Multibanco permite aos bancos libertar mão-de-obra e outros custos associados às operações assim realizadas; segundo porque a captação de depósitos pela Banca, que como sabemos é a base da sua capacidade de concessão de crédito, não pode deixar de criar a obrigação de proceder a entrega dos montantes depositados aos clientes quando e como estes desejarem, isto é ao balcão e pelos montantes pretendidos.
Ou seja o meu Banco tem o dever de me devolver o dinheiro depositado (pelo qual me paga juros – quando paga! – a taxa significativamente reduzida em relação ao que cobra de quem recorre ao crédito.
E quando foi introduzido o sistema Multibanco os objectivos foram mais os de libertar mão-de-obra do que os de prestar um melhor serviço aos clientes.
Sabemos que está a decorrer uma campanha de recolha de assinaturas para protestar contra a imposição destas taxas. Mas mais do que isso, o que seria de enorme impacto e provaria à evidência o interesse dos Bancos no sistema Multibanco era uma “greve” nacional no recurso às caixas multibanco, entupindo os respectivos balcões. E dois dias bastariam!
Nos últimos anos a Banca não tem parado na aplicação de taxas e mais taxas, comissões e mais comissões. Cobra-nos os preços que muito bem entende e que temos sempre a sensação de que estão muito para além do razoável. Veja-se o que se passa, por exemplo, com os portes de correio ou com a consulta on-line a um cheque movimentado nas nossas contas.
Ao mesmo tempo, e como recentemente foi salientado, o ajustamento das taxas de juros nas operações passivas faz-se tardiamente em comparação como que se passa nas operações activas.
Assim não surpreende que em cada ano e com a economia em crise, os lucros da Banca cresçam a taxas nunca vistas.
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ResponderEliminarSegundo consta, os clientes dos bancos, são aqueles que menos fidelidade têm em relação ao seu fornecedor.
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Deveremos, cada vez mais, utilizar essa estratégia.
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Procuraremos quem nos dê mais vantagens, nem que seja por um período limitado de tempo.
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Quatro exemplos:
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1 - O cartão Universo, dá vales de compras, através da percentagem sobre as compras que façamos com o respectivo cartão.
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2 - Há cartões de crédito, muito conhecidos na "praça" que não dão descontos nenhuns e a anuidade de 2006, subiu cerca de 6% ?! (jogam com o "prestígio", seguros que nunca usaremos ou sem interesse, etc, etc.)...
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3 - O cartão de crédito Citibank, além de ter anuidade gratuita, dá um desconto inicial de alguns euros, nas primeiras compras e quando usado nas bombas de gasolina, não se paga os habituais 0.50 € da transacção.
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4 - Um banco, debitou-me a anuidade de um cartão de débito, que nunca o estreei (se calhar, foi-me enviado sem o pedir).
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São alguns exemplos, mas, certamente, haverá mais...
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Quando as coisas funcionam em "Cartel", aí, é que será mais difícil...
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Sobre outras questões, por exemplo da data de validade dos cheques:
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Há bancos que emitem com 6 meses, outros com um ano !?
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Outro exemplo - Juros brutos de Dep. a Prazo a 30 dias: Há bancos que pagam taxas de menos de 1% e outros que chegam aos 4,165%.
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Portanto, cada vez mais, deveremos estar mais atentos, na defesa dos nosso interesses! Geralmente, os bancos mais "pequenos", servem melhor.
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BL
Efectivamente e como diz o Borges Lopes, os clientes dos Bancos são aqueles que menos fidelizações geram ao fornecedor. Mas aqui existe um problema, efectivamente devemos procurar quem melhor e mais barato nos serve, mas só se formos o cliente remunerado, porque e infelizmente nos tempos que correm são mais os de operações activas do que passivas que recorrem a Bancos, daí os avultados lucros que a Banca apresenta cada semestre.
ResponderEliminarNeste intervalo surge uma grande questão, só tem crédito quem tem fidelização, e crédito que possa ser visto em pricing agradável, senão as pessoas são obrigadas a recorrer às Financeiras que diariamente se fazem anunciar com crédito rápido e imediato e quase sem burocracias.
Cuidado muito cuidado com estas instituições, depenam um cidadão num abrir e fechar de olhos, vejam as taxas de juro que praticam. São feitas já a pensar no mal parado.
Pela experiência que tive na área comercial e sem qualquer favoritismo, sou obrigado a dizer que apesar de haver grande concorrência entre instituições, é preciso muita cautela quando se é saltimbanco, porque nenhum comercial tem prazer em negociar com este tipo de cliente.
É preciso estar atento, saber negociar, e acima de tudo quando se aborda um comercial, não esperar facilidades, porque neste jogo ambos querem ganhar.
E devemos sempre lembrar este lema: NINGUÉM DÁ NADA A NINGUÉM
Teixeirinha,
ResponderEliminarUma das últimas foi a dos juros que para empréstimos eram considerados antes da cobrança dos mesmos e os dos depósitos a prazo, 1 ou 2 dias depois. Ou para uns contavam os fins de semana e para os outros não. Qualquer coisa deste género.Concordo contigo, eles são dos poucos que no final de cada ano contabilistico, têm lucros fabulosos. Bjs. da Ilda Simões.